Revolução Cubana

164 anos de José Martí e 58 anos da revolução cubana: Unidade é legado histórico e condição imprescindível para forjar a vitória

03/02/2017

No dia 31 de janeiro, a embaixada de Cuba em Brasília realizou uma cerimônia pela passagem do 164º natalício de José Martí e do 58º aniversário do triunfo da Revolução Cubana.

Estiveram presentes autoridades e dirigentes de organizações sociais e partidos políticos. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foi representado pelo Secretário de Política e Relações Internacionais, José Reinaldo Carvalho e por Augusto Madeira, presidente do PCdoB no Distrito Federal e membro do CC. Para José Reinaldo, “a Revolução Cubana é fruto do pensamento e da ação de homens como Martí e Fidel. E a revolução cubana prossegue seu caminho vitorioso nas novas condições do mundo contemporâneo. Com Raúl Castro à frente do Partido Comunista e do Poder Popular, o povo cubano, educado pelo inesquecível comandante Fidel Castro, seguirá dizendo presente na defesa das suas conquistas”.

A Senadora Lídice da Mata (PSB-BA), na qualidade de presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba no Congresso Nacional, entregou uma carta à representação diplomática cubana onde destaca “a indissolúvel identidade entre José Martí e a Revolução cubana”. Para a senadora socialista, “a obra de Martí não diz respeito apenas ao papel por ele desempenhado na articulação e preparação da guerra de 1895 contra o colonialismo espanhol (…) sua obra é uma referência decisiva de um pensamento crítico relativo aos problemas históricos e atuais da América Latina”. Segundo Lídice, os ensinamentos de Martí “marcaram a formação política e a conduta de todas as gerações de Nuestra América em suas lutas libertárias”.

Homero Saker Rivero, encarregado de negócios da Embaixada de Cuba, fez um discurso onde ressaltou a unidade do povo cubano como condição principal para a defesa da Revolução: “Os cubanos assumimos a responsabilidade de manter vivo a nosso Fidel, quando adotamos o compromisso com a defesa e a continuidade da Revolução sob a condução de Raúl e do Partido Comunista de Cuba (…) os cubanos devemos continuar mais unidos que nunca e apegados à história porque quem a esqueça terá que reescrevê-la como o próprio Comandante expressou uma vez”.

Rivero é hoje a principal autoridade diplomática cubana no Brasil, já que desde o golpe de Estado que afastou a legítima presidenta Dilma Rousseff, Cuba chamou o seu embaixador de volta a Havana.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Homero Saker Rivero:

Senhores convidados,

Reunimo-nos essa noite para comemorar dois eventos de significado especial para Cuba e seu povo, o 164º (Centésimo sexagésimo quarto) aniversário do nascimento de nosso herói nacional José Martí e o 58º (Quinquagésimo oitavo) do Triunfo da Revolução Cubana no dia 1º de janeiro de 1959.

Honramos a Martí por sua simplicidade, por sua modéstia, por seu sentido heroico, pelo afã iluminado, porque sua vida de poeta tribuno e de homem exemplar será sempre, para a América, uma das mais altas manifestações de humanidade.

Martí foi e será o maestro na obra da Revolução triunfante, o homem cuja palavra acudimos para dar a interpretação justa dos fenômenos históricos que vivemos e o homem cuja palavra e cujo exemplo haverá que recordar sempre que queiramos dizer ou fazer algo transcendental na Cuba de hoje.

Martí transpassou desde cedo as fronteiras da nação, para identificar-se com os povos americanos que ofereceram heroica resistência aos conquistadores e colonizadores europeus.

Viu em suas revoltas os antecedentes dos independentistas latino-americanos dos séculos vindouros. Seu olhar não apontava somente a ânsia da independência de Cuba, mas também a uma futura integração de nossa América desde o Rio Bravo até a Patagônia.

Por isso dizemos que José Martí é muito mais que cubano: é americano; pertence a todos os países de nosso continente, sua voz se escuta aos quatro ventos e é respeitada no mundo inteiro.

Raúl Roa Garcia, nosso chanceler da dignidade, para caracterizar Martí expressou de maneira sucinta e genial:

“Não tivemos na América homem com maior ternura, nem mente mais robusta, nem intuição mais brilhante, nem consciência mais limpa, nem verbo mais fúlgido, nem tampouco caráter mais íntegro, nem fé mais moderada, nem paixão mais nobre, nem herói mais puro, nem guia mais reto. Sua vocação foi servir, sua tarefa criar e seu ofício ver, prever e ver além.”

A geração do centenário, que em 1953 tomou de assalto os quartéis Moncada e Carlos Manoel de Cespedes contou com o importante legado de Martí e com essa visão global e humanística que vai mais além da concretização da liberação nacional.

Martí sentenciou: “A América é uma só e todos os seus filhos temos o dever de mantê-la unida, para que nenhum governo imperial possa dividi-la e tomar como sua. A melhor maneira de alcançar essa unificação é através da ajuda solidária daqueles que a integram”.

Desde tal altura ética se foi tecendo a alma cubana abundante de exemplos transcendentais como uma tocha que passa de geração em geração até o feliz alumbramento do triunfo da Revolução Cubana há mais de meio século, quando amanheceu vitoriosa em 1º (primeiro) de janeiro de 1959.

Pela primeira vez o povo cubano alcançava o poder político.

Nesta ocasião junto a Fidel, os “mambises”, sim, entraram em Santiago de Cuba.

Ficava para trás sessenta anos de dominação absoluta do nascente imperialismo, que não tardaria em mostrar seus verdadeiros propósitos, ao impedir a entrada nesta cidade do exército libertador em 1898.

Com a chegada da Revolução Cubana se deu início a uma série de transformações sociais, políticas e econômicas que ainda continuam sob a premissa de um socialismo próspero e sustentável, apesar do bloqueio imposto pelo governo dos Estados Unidos da América.

A unidade, legado histórico de nosso apóstolo, é uma condição imprescindível para forjar a vitória.

Foi a unidade que tornou possível que nossa Revolução seja hoje mais forte do que nunca e que jamais tenha cedido um milímetro em seus princípios, nem nos momentos mais difíceis.

Diferentemente de anos anteriores, hoje o Comandante em Chefe Fidel Castro não está fisicamente entre nós, mas posso assegurar-lhes que viverá para sempre no coração dos revolucionários do mundo.

Como disse Pablo de la Torriente Brau: “Nenhum herói é verdadeiro se não for maior na morte do que em vida, se não fica mais vivo que nunca depois de sua morte”.

É que não existe Cuba sem Fidel, porque Fidel é o próprio povo, é a mão do camponês, é a voz dos idosos, é a poesia dos caminhos reais, a sombra das palmeiras, a energia da juventude, a inocência das crianças, é o abraço irmanado. A revolução Cubana é o grito sonoro dos rios indômitos, dos campos em flor, da dignidade em forma de aguaceiro e fogaréu.

Os cubanos assumimos a responsabilidade de manter vivo a nosso Fidel, quando adotamos o compromisso com a defesa e continuidade da Revolução sob a condução de Raúl e do Partido Comunista de Cuba.

Para enaltecer a memória do líder histórico da Revolução, os cubanos devemos continuar mais unidos que nunca e apegados à história porque quem a esqueça terá que reescrevê-la como o próprio Comandante expressou uma vez.

Viva Fidel y Raul

Que vivam para sempre as ideias de nosso José Martí

Viva o Triunfo da Revolução Cubana

Viva a Unidade LatinoAmericana y la amistad entre los pueblos de Cuba y Brasil

Hasta la Victoria siempre (Até a vitória sempre)

Muito obrigado

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