China

A economia da China em 2016 em dez termos-chave

02/01/2017
O yuan chinês, ou o renminbi (RMB), foi incluído na “cesta” do Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário

Apesar dos desafios, incluindo o fraco crescimento da economia mundial e os voláteis mercados financeiros globais, a China avançou com reformas importantes em 2016, teve um crescimento constante e melhorou sua influência global. As dez frases seguintes recapitulam o ano econômico.

Reforma estrutural do lado da oferta

“A reforma estrutural do lado da oferta” é agora um lema da China. Ao longo do ano, as autoridades avançaram em cinco tarefas: reduzir a capacidade industrial, reduzir o inventário habitacional, diminuir a alavancagem, reduzir os custos corporativos e melhorar os laços econômicos fracos.

A reforma tem progredido constantemente desde que os formuladores políticos a propuseram no fim de 2015. Um grande número de empresas fantasmas foi fechado este ano. Indústrias afetadas pelo excesso de capacidade e tecnologia defasada devem agora subir a cadeia de valor para se manterem competitivas.

Estabilização econômica

As flutuações do mercado de capitais da China no início de 2016 sinalizaram que ia ser um ano difícil. No entanto, apesar do duro início, a economia está terminando o ano em uma base firme, e a meta de crescimento deste ano será cumprida.

Nos três primeiros trimestres, o crescimento do PIB foi de 6,7%, dentro da meta do governo que era entre 6,5 e 7%.

Na Conferência Central de Trabalho Econômico, realizada no início deste mês, os líderes chineses disseram que a economia se manteve em uma faixa adequada em 2016, mas com mais qualidade e eficiência.

Corte de capacidade

Olhando para as prioridades econômicas estabelecidas para 2016, a sobrecapacidade industrial sempre foi um campo de batalha chave.

O aço e o carvão, os dois setores mais problemáticos, foram priorizados na batalha contra o excesso de capacidade. Em fevereiro, o governo anunciou que a capacidade de aço bruto deveria ser reduzida de 100 a 150 milhões de toneladas até 2020, com cerca de 45 milhões de toneladas a serem atingidas em 2016.

A redução da capacidade de carvão foi estabelecida em meio bilhão de toneladas nos próximos anos, com 250 milhões de toneladas previstas para 2016. O progresso foi mais rápido do que o esperado. Em novembro, o Conselho de Estado anunciou que os objetivos para o ano foram alcançados antes do previsto.

Controle do mercado imobiliário

Foi um ano de montanha-russa para o mercado imobiliário da China. Os preços aqueceram nos primeiros nove meses, devido ao alívio progressivo da política. Eles então esfriaram quando o governo impôs regras duras de compra de imóveis no final de setembro.

Os aumentos de preços vieram em meio a uma expansão da oferta monetária, incluindo um aumento nos empréstimos hipotecários, que viram os investidores buscando lucrar com um mercado em alta.

Conscientes dos riscos dos ativos, as autoridades chinesas introduziram medidas no fim de setembro em mais de 20 cidades, incluindo Beijing, Shanghai e Shenzhen, para controlar os preços das casas e conter os especuladores do mercado.

Internacionalização da moeda chinesa

A China fez progressos constantes na internacionalização da moeda este ano. A inclusão do yuan na cesta de moedas do Fundo Monetário Internacional, em outubro, foi um grande passo.

A conexão das bolsas de Shenzhen-Hong Kong, a segunda ligação entre os intercâmbios no continente chinês e Hong Kong, estreou em 5 de dezembro, uma medida que deve consolidar o status do yuan como uma moeda de liquidação.

Embora a taxa de paridade central da moeda chinesa tenha enfraquecido mais de 6% em relação ao dólar norte-americano este ano, ela permanece relativamente estável em relação a outras moedas importantes.

Alívio da pobreza

A China progrediu rumo ao alívio da pobreza em 2016, adotando medidas mais direcionadas.

No início de dezembro, foram emitidas diretrizes para melhorar a colaboração entre as regiões desenvolvidas do leste e as regiões ocidentais subdesenvolvidas, de modo a preencher a lacuna de desenvolvimento regional e atingir as metas de redução da pobreza até 2020.

O país está no bom caminho para atingir a meta de tirar 10 milhões de pessoas da pobreza este ano.

Rejuvenescimento do Nordeste

O Nordeste do país, incluindo as províncias de Liaoning, Jilin e Heilongjiang, foi uma das primeiras regiões da China a se industrializar. Suas indústrias tradicionais incluem aço, automóveis, construção naval, fabricação de aeronaves e refinaria de petróleo.

No entanto, esta base industrial, outrora robusta, está sentindo o peso da desaceleração do país, posicionando-se bem atrás de outras regiões em termos de crescimento do PIB

A China está determinada a rejuvenescer o Nordeste através de reformas e reestruturações econômicas. As empresas estatais serão reestruturadas, as empresas privadas receberão mais apoio e o setor de fabricação de equipamentos da região será modernizado.

O G20 e a governança econômica global

O Grupo das 20 maiores economias ajudou a alavancar a economia mundial diante da crise financeira global, mas uma economia mundial fraca e um sistema de governança global problemático estão sedentos de novas idéias.

A China está desempenhando um papel no aperfeiçoamento da governança econômica global, incluindo a criação do Banco Asiático de Desenvolvimento em Infraestrutura, como forma de apoiar multilateralmente outras instituições financeiras que enfrentam crescentes exigências de financiamento global.

Durante a cúpula do G20, realizada em setembro na cidade chinesa de Hangzhou, os participantes concordaram em impulsionar as reformas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Iniciativa do cintutrão e rota

A Iniciativa do Cinturão e Rota da China atraiu a atenção mundial e tem sido amplamente bem recebida desde sua introdução há três anos. Em 2016, com os esforços de muitos países, a iniciativa alcançou uma série de realizações em muitos campos, implementando vários projetos emblemáticos.

Mais de 100 países e organizações internacionais expressaram seu apoio ou forte interesse em participar da iniciativa, e a China assinou acordos de cooperação com mais de 40 deles.

Reforma nas empresas estatais

Desde que a China publicou diretrizes sobre as reformas nas empresas estatais no ano passado, houve progressos constantes, incluindo a aceleração de fusões e aquisições e a liberação de indústrias fechadas para o capital privado.

Do fornecimento de energia ao turismo, a consolidação em vários setores ganhou ritmo neste ano. Os formuladores políticos prometeram dar passos substanciais em direção à propriedade mista nas indústrias de eletricidade, petróleo, gás natural, ferrovias, aviação civil, telecomunicações e militares em 2017.

Fonte: Xinhua em português

O yuan chinês, ou o renminbi (RMB), foi incluído na “cesta” do Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário

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