Oriente Médio

As pervertidas manobras do Ocidente contra a paz na Síria

04/06/2017

Depois de seis anos de guerra imposta à Síria, tem vigência quase absoluta o critério de que charlatães e fundamentalistas manipulam as situações para obter seus fins, em evidente desinteresse pelo que é correto, porque mentir também é não dizer a verdade completa.

Por Pedro García Hernández, na Prensa Latina

As perseverantes negociações para buscar a paz nesta nação do Oriente Médio, sobretudo da Rússia e do Irã ocorreram em reiteradas ocasiões em Genebra, Suiça e em Astaná, capital do Casaquistão.

Cada negociação foi intensa, difícil e complexa pelo constante ir e vir de posições dos Estados Unidos e seus aliados, o papel da Turquia e a incessante divergência presente nos grupos da chamada oposição síria.

As tréguas decretadas, poucas vezes respeitadas pelas organizações terroristas, não obtiveram  avanços evidentes no terreno de combate e diante de  cada êxito das Forças Armadas sírias, os atores mencionados buscam novos pretextos pouco concretos ou assumem exigências em menoscabo da sensatez.

A isto se soma que a cada intento em que em primeiro lugar apareça a sensatez, os verdadeiros promotores do terrorismo inventam histórias como o suposto ataque químico na provincia de Idleb, tergiversam a  realidade e evitam refletir uma coerente política de Damasco, destinada à reconciliação nacional, com  êxitos atuais inegáveis.

À guerra das armas, os inimigos da Síria somam uma  nunca antes vista barragem midiática a partir de mais de 120 canais por satélite de redes regionais como a  Al Jazeera, do Catar.

Os pretextos “ideológicos” foram no início as lutas de base confessional ou a necessidade de “democratizar” a Síria, e agora mudam ligeiramente e põem ênfase em satanizar o governo de Damasco, com uma retórica sensacionalista.

O último e discreto avanço negociador, acordado em Astaná, de criar quatro zonas de distensão no território sírio, é sabotado na prática e carece de um substancial apoio do Ocidente para definí-las e colaborar para sua efetiva realização.

Para os Estados Unidos e seus aliados não é objeto de análise a presença de tropas desse país, da Turquia e inclusive da Jordânia, no norte e sul da Síria ou a agora “novidade” da entrega de equipamento militar a grupos curdos no norte do país.

Não pode criar-se um caminho para a pacificação quando potências como a União Europeia, com a crescente pressão da França e as colaterais de Washington e Londres, persistem no bloqueio econômico e comercial contra a  Síria e prolongam suas sanções pelo menos até o ano de 2018.

As Forças Armadas sírias, junto a milícias aliadas como o movimento de resistência libanês Hezbolá, mantêm oito frentes de combate no norte, centro, sul e leste, perto da fronteira com o Iraque, mas seus avanços ostensivos contam com a oposição estadunidense, cujas tropas colaboram com as jordanianas na fronteira sul, ao leste da província de Sweida.

Apesar de uma devastadora guerra imposta que custou mais de meio milhão de mortos, feridos e mutilados, e perdas econômicas superiores aos 200 bilhões de dólares, a Síria defende a soberania nacional, luta pela independência econômica e trata de evitar o desmembramento da nação.

Tradução da redação de Resistência

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