Guerra imperialista

Ataque à Síria: Estados Unidos e seus aliados da Otan são os principais responsáveis pela ameaça de guerra

08/04/2017

Dois navios de guerra estadunidenses, o USS Ross da 6ª Frota baseada em Nápoles, atacaram a base síria de Shayrat com 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk.

O ataque, ordenado pelo presidente Trump, foi executado pelo Comando das forças navais dos EUA na Europa, sob as ordens da almiranta Michelle Howard, que ao mesmo tempo comanda a Força Conjunta da Otan com quartel general em Lago Patria (Nápoles). A operação bélica foi apoiada a partir da base aeronaval dos EUA em Sigonella e da base de  Niscemi, do sistema estadunidense de comunicação por satélite e transmissão de dados (MUOS, na sigla em inglês).

A Itália – onde se encontram importantes comandos e bases para operações militares em uma vasta área que vai do Oriente Médio e Norte da África até o Mar Negro – é um trampolim fundamental para o lançamento da estratégia agressiva dos EUA/Otan.

Os Estados Unidos e os aliados europeus da Otan são os principais responsáveis por uma situação cada vez mais perigosa, provocada pela destruição do Estado líbio, atacado por dentro e desde o exterior , e pela tentativa de fazer o mesmo na Síria (sempre durante a administração Obama) através dos grupos terroristas apresentados como “rebeldes”, treinados e armados pela CIA e financiados pela Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo.

Exatamente quando tal tentativa estava falindo pela intervenção russa em apoio às forças do governo sírio, e quando se abria uma negociação para pôr fim à guerra, os Estados Unidos e  a Otan jogaram gasolina no fogo acusando o governo sírio de ter massacrado civis, entre os quais muitas crianças, com um deliberado ataque químico.

Como declarou o bispo sírio de Aleppo, Antoine Audo, “não se pode imaginar que o governo sírio seja tão inexperiente e ignorante a ponto de cometer um erro tão grande”. Ao contrário, existem provas de que os “rebeldes” possuem armas químicas e já as usaram.

Fracassada a tentativa de fazer passar no Conselho de Segurança da ONU uma resolução condenando o  governo sírio, que teria permitido atacar  “legalmente” a Síria como foi feito em 2011 com a Líbia, o presidente Trump ordenou o ataque com mísseis à base do governo sírio.

As implicações de tal ato são gravíssimas. Esta ação torna ainda mais tensas as relações entre os Estados Unidos e a Rússia, cujas forças agora se enfrentam diretamente em uma situação explosiva.

Não podemos ser simples espectadores enquanto a guerra é acesa e aumenta o risco de uma catastrófica guerra nuclear. Devemos exercitar os nossos direitos constitucionais, repudiando a guerra da única maneira concreta que temos: demandar que a Itália saia da aliança agressiva da Otan, que não tenha mais em seu território bases militares estrangeiras nem armas nucleares. Devemos lutar por uma Itália neutra, capaz de exercer a função de ponte para paz, seja em direção ao Sul como ao Leste.

O Comitê italiano Não à Guerra, Não à Otan

Tradução: Redação de Resistência; título da redação

 

 

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