América Latina

Celac conclama a avançar em integração regional e cooperação

27/01/2017

A 5ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Punta Cana, República Dominicana, concluiu a noite de quarta-feira (25) com uma declaração final, outros 20 documentos e a transferência da presidência pro tempore para El Salvador.

A reunião emitiu a declaração final que convida a avançar na integração e complementariedade das economias da região e inclui medidas que vão desde a paz à segurança alimentar.

Inclui também o desenvolvimento urbano sustentável e mudanças climáticas, defende propiciar mecanismos que aumentem o comércio inter-regional e extra-regional e se opõe ao protecionismo que limita o desenvolvimento econômico.

O texto rechaçou o racismo e a discriminação contra os migrantes, defendeu a promoção de uma migração ordenada, regular e segura e reafirmou o anexo para a Proclamação da América Latina e Caribe como Zona de Paz, firmada em Havana em 2014.

Os estadistas presentes e outros representantes de países membros desse mecanismo de diálogo e cooperação política assinaram também 20 declarações especiais.

Entre elas estão as referidas à necessidade de por fim ao injusto bloqueio econômico a Cuba que dura mais de meio século e a devolução, por Washington a Cuba, da base naval de Guantánamo.

O presidente salvadorenho, Salvador Sánchez Ceren, assumiu em nome de seu país a presidência pro tempore da Celac, sucedendo seu colega dominicano Danilo Medina.

Ao assumir o cargo, chamou a impulsionar uma agenda para a integração e o posicionamento de interesses comuns para o desenvolvimento econômico e social e estimular uma agenda humana, inclusiva e de progresso.

Entre os discursos mais relevantes estiveram os do presidente Raul Castro (Cuba), Nicolás Maduro (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua).

Raul Castro conclamou a trabalhar pela unidade e integração e fazer mais efetiva a gestão do bloco frente aos novos desafios políticos que surgem com a atual administração dos Estados Unidos e o auge do neoliberalismo.

Assegurou que a vontade de Cuba é continuar as negociações com os Estados Unidos com base na igualdade, reciprocidade e respeito, mas não se deve esperar que para isso Cuba abra mão de sua soberania e independência.

Enquanto Maduro agradeceu aos 33 Estados da Celac por exigir a revogação do decreto de Obama que acusa a Venezuela de ser uma ameaça extraordinária à segurança estadunidense, e reconheceu o apoio do organismo nos diálogos de paz.

Por sua vez, Evo Morales chamou a fomentar políticas de proteção à mãe Terra diante dos desafios das mudanças climáticas e pediu a universalização de serviços básicos como saúde, educação e alimentação.

Rafael Correa assegurou que a unidade dos povos é a única maneira de organizar melhor a vida frente ao império do capital e opinou que as cúpulas também devem ser um espaço para tratar dos conflitos.

Daniel Ortega ratificou que o compromisso da Celac é combater a pobreza e a fome e seguir lutando pela paz, que não será plena até que cessem o bloqueio dos Estados Unidos que viola os direitos humanos do povo cubano.

Integrada por 33 países que somam 625 milhões de habitantes, a Celac foi constituída na Venezuela, em 2011, e realizou suas cúpulas anteriores no Chile (2013), Cuba (2014), Costa Rica (2015) e Equador (2016).

Resistência, com Prensa Latina, tradução de Luci Nascimento

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