América Latina

Coalizão de forças de esquerda do Uruguai, a Frente Ampla completa 46 anos

05/02/2017

A Frente Ampla do Uruguai celebra neste domingo (5) o seu 46º aniversário de fundação, com novos e velhos desafios diante de um terceiro período de governo, à frente da presidência da República, e da necessidade de inovação para seguir construindo-se como força política.

Neste domingo a frente de partidos de esquerda do Uruguai comemora a data com uma agenda de reflexão e debates sobre as questões mais transcendentais  para este ano e o futuro, mas também com atividades festivas com a participação de seus militantes de base.

Em uma dessas atividades são debatidos três temas chave da agenda política do governo: a Educação, o Sistema Nacional de Atenção e a Fábrica de Celulose UPM.

Os dois primeiros temas, junto à Habitação, foram aprovados pela cidadania nas últimas eleições  nacionais e são pilares da prestação de contas do governo que será enviada para aprovação no Parlamento.

Quanto à fábrica de celulose, de origem finlandesa, está em processo de negociação, e constitui o maior investimento que o país receberá em toda a sua história e um desafio para as autoridades pelo que implica do ponto de vista do desenvolvimento de infraestruturas, ao lado da criação de novas oportunidades de emprego.

Como parte das comemorações e da necessidade de inovar-se a si mesma, a Frente Ampla inicia uma nova modalidade de trabalho em três níveis: como força política de massas, como força de governo que exerce o poder central e força política com atuação destacada no parlamento.

Sobre isto, o secretário político da coalizão de esquerda, Gonzalo Reboledo, declarou à imprensa que está sendo gerada uma ‘expectativa muito grande’.

O partido de esquerda Frente Ampla está empenhado em alcançar maior presença em todo o território nacional, disse dias atrás o presidente do partido, Javier Miranda, em entrevista ao jornal La República.

Uma das prioridades da agenda da Frente Ampla para 2017 estará centrada na construção política da coalizão, disse o dirigente, que assegurou que de alguma maneira está influenciada pelos fatos ocorridos em 2016.

Estamos em um momento de mudança de época e de gerações. É preciso prestar toda a atenção a isso, disse Miranda.

Para o líder da força política das esquerdas do Uruguai, isso é fundamental e implica abrir ao  máximo as oportunidades para que novos dirigentes e quadros assumam o comando da Frente Ampla.

Igualmente, o líder da Frente Ampla considerou essencial a discussão ideológica, e nesse sentido, propõe ‘voltar a se aproximar dos intelectuais, dos  pensadores, do debate público’, porque há questões  práticas ‘mas há também que discutir em termos ideológicos’, sublinhou.

O secretário de Política e Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, declarou ao sítio Resistência que “os comunistas brasileiros regozijam-se com os êxitos da Frente Ampla uruguaia, coalizão de forças de esquerda com a qual o PCdoB mantém relações de amizade internacionalista”. De acordo com José Reinaldo, o “segredo” das vitórias da Frente Ampla uruguaia é a “unidade das correntes de esquerda, elemento central de sua construção política e organizativa, de sua ligação com as massas e vitórias eleitorais”. José Reinaldo ressaltou a identidade da Frente Ampla com o conjunto das forças de esquerda latino-americanas, incluindo a sua ação nos marcos do Foro de São Paulo. Outro traço marcante da Frente Ampla Uruguaia, diz o dirigente comunista brasileiro, é “seu caráter de força política transformadora, sua luta por reformas estruturais democráticas no país vizinho, com um programa de lutas e de governo inconciliável com os partidos das classes dominantes locais e latino-americanas”.

Redação de Resistência, com informações da Prensa Latina

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