Colômbia

Diálogos de paz prosseguem sob ofensiva de grupos paramilitares

07/04/2016

O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (Farc-EP) retomaram nesta quinta-feira (7) os diálogos a fim de chegar a um acordo sobre um roteiro para resolver os temas que restam da agenda de paz, sob o auge do paramilitarismo no país.

Acontecimentos recentes como a chamada “parada armada” promovida pelo clã Úsuga, os assassinatos de líderes de esquerda e as denúncias de proliferação do paramilitarismo acrescentam tensão às discussões para o fim do conflito, um tema sobre o qual as partes não puderam chegar ao acordo previsto para o dia 23 de março.

Delegações de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) e do governo de Juan Manuel Santos buscam aproximar posições em assuntos controversos como o cessar-fogo bilateral, a deposição das armas e as garantias para a reinserção segura dos combatentes à sociedade.

Na segunda-feira (4), o porta-voz da equipe de acordo das Farc-EP, Carlos Antonio Lozada, recordou que o fim do conflito implica garantias de segurança e o esclarecimento do fenômeno paramilitar.

Através de um artigo publicado na página da delegação de paz guerrilheira, assinalou que terminar com a guerra requer que o Estado assuma compromissos sérios em temas como a revisão da situação jurídica dos prisioneiros, o combate ao paramilitarismo, à impunidade e à corrupção.

Afirmou que não cabe exigir às Farc-EP, de maneira unilateral, uma data definitiva para a deposição das armas enquanto o governo colombiano não ofereça também garantias de segurança para a organização política que surja dos acordos e aos ex-combatentes.

Lozada recordou que nos últimos seis anos foram assassinados na Colômbia 346 defensores de direitos humanos e 16 se encontram desaparecidos, além de continuarem as ameaças contra líderes populares e de esquerda, assim como outras violações aos direitos humanos.

Apesar dos desencontros, da complexidade dos temas em discussão, e das divergências quanto aos mecanismos de implementação, verificação e referendo de um eventual acordo definitivo de paz – último ponto da agenda pactuada, ainda por abordar – as partes enfatizam que é possível concluir com êxito os diálogos neste ano.

Prensa Latina

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