Luta pela paz

Conselho Mundial da Paz discute conjuntura e reforço de ações em reunião no Vietnã 

30/11/2017

O Comitê Executivo do Conselho Mundial da Paz (CMP) reuniu-se em Hanói, Vietnã, entre 23 e 25 de novembro. Mais de 40 delegados de entidades de 26 países encontraram-se no país de Ho Chi Minh, líder da luta do povo vietnamita por libertação, e reuniram-se com lideranças do movimento da paz, partidárias e nacionais. O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) foi representado pelo presidente Antônio Barreto e pela diretora de Comunicação, Moara Crivelente. A presidenta do CMP, Socorro Gomes, enfatizou a urgência da unidade na atual conjuntura. 

As mais de quatro dezenas de delegados puderam abordar as situações dos seus respectivos países e regiões e as ações das suas entidades na luta anti-imperialista, propondo ações e discutindo prioridades na atual conjuntura. Os que não puderam participar enviaram seus relatórios e contribuições por escrito. 

O anfitrião, o Comitê da Paz do Vietnã (CPV), preparou uma rica programação de visitas e reuniões com lideranças locais e nacionais. No primeiro dia, o programa foi aberto com uma conferência sobre o Centenário da Grande Revolução Socialista de Outubro, na sede da União de Organizações de Amizade do Vietnã, da qual o CPV é membro, enfatizando no serviço prestado pela Revolução e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à luta pela paz e pela emancipação nacional. 

No último dia, antes da conclusão da reunião, realizou-se também uma sessão solene em firme homenagem ao Comandante Fidel Castro, no primeiro aniversário do seu falecimento, com foco para a sua inspiração para a luta dos povos em resistência anti-colonial e anti-imperialista na construção de uma sociedade emancipada e um mundo mais justo e de paz. 

Os membros do CMP tiveram a oportunidade de se reunir com a liderança do Comitê Popular de Hanói (instância similar à Prefeitura), com a presidenta da Assembleia Nacional da República Socialista do Vietnã, Nguyen Thi Kim Ngan, e com o vice-presidente da mesma instância, Uong Chu Luu, que preside ainda o CPV. Na abertura do evento, Luu ofereceu à presidenta Socorro Gomes, ao secretário-geral Thanassis Pafilis e ao secretário-executivo Iraklis Tsavdaridis a condecoração “Pela Paz e a Amizade entre as Nações”. 

Em encontro na Assembleia Nacional, a presidenta Ngan recordou a participação histórica do movimento da paz vietnamita no CMP e homenageou a entidade, que manifestou determinada solidariedade ao povo vietnamita em sua própria luta contra o colonialismo francês e o fascismo japonês e, depois, em resistência na guerra com os EUA, da qual o Vietnã saiu vitorioso. 

A líder parlamentar também apontou como prioridades da política externa nacional o fortalecimento da paz, a independência, a autonomia, a diversificação, o multilateralismo e uma integração global ativa, e desejou que o Conselho contribua cada vez mais pela unidade das forças da paz, a solidariedade, a estabilidade e o desenvolvimento das nações. 

Na mesma ocasião, Socorro Gomes prestou tributo à resistência e à valentia do povo vietnamita nas duas lutas, a anti-colonial e a anti-imperialista, que considerou inspiradoras para os povos e os combatentes pela paz e a soberania em todo o mundo. 

Os delegados do CMP puderam visitar a casa do presidente Ho Chi Minh e assistir ao vídeo sobre a sua luta até o seu falecimento, em 1969, no processo de construção do progresso social no país, após a independência, declarada em 1945 e reconhecida quase uma década depois. Os participantes visitaram ainda a estátua de Lênin em Hanói e encontraram-se com a liderança do Partido Comunista do Vietnã. 

Relatórios e plano de ações 

Na reunião, os delegados puderam apresentar seus relatórios ou avaliações sobre a conjuntura internacional, com foco para suas atividades e propostas. Os coordenadores regionais também informaram sobre as ações e discussões realizadas àquela escala e os compromissos assumidos em suas respectivas reuniões. 

A nível institucional, o CMP discutiu o plano de ações para o próximo período e o percurso percorrido pelas entidades membro desde a última Assembleia Mundial da Paz, realizada em novembro de 2016, em São Luís (MA), Brasil. 

O foco incidiu no apoio às lutas anti-coloniais ou contra as prolongadas ocupações militares em Porto Rico, Saara Ocidental e Palestina, contra as guerras e agressões lançadas pelo imperialismo estadunidense e europeu e seus aliados regionais, contra a expansão geoestratégica da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a militarização do planeta, as bases estrangeiras e as armas nucleares, os golpes ou tentativas de golpe no Leste Europeu e na América Latina, a ingerência neocolonial e imperialista na África e na Ásia, entre outros tópicos urgentes. 

A presidenta Socorro Gomes enfatizou a urgência da convergência entre as forças da paz, democráticas e anti-imperialistas em um momento de agravados desafios impostos pelas potências hegemônicas, sobretudo os EUA, que buscam, “a ferro e fogo”, na ofensiva, evitar o seu declínio relativo. Socorro denunciou a disseminação das mais de mil bases militares, frotas navais, armas nucleares, a “máquina de guerra” imperialista — a OTAN —  e outros instrumentos de agressão, ingerência, exploração, dominação e ameaça contra os quais os povos devem lutar unidos. 

Fonte: Cebrapaz 

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