América Latina

Cristina Kirchner insiste na unidade da América Latina para enfrentar os ataques

30/09/2016

A ex–presidenta da Argentina, Cristina Fernández Kirchner, insistiu na importância da unidade latino-americana frente aos ataques sofridos atualmente pelos governos progressistas da região.

“Esta região tem criado processos de inclusão social, como não se havia visto ao longo do século 20”, declarou a líder, durante sua intervenção no 3º Encontro Progressista Latino Americano – ELAP 2016, que está sendo realizado em três cidades equatorianas: Quito, Guayaquil e Montecristi.

Segundo explicou, os povos, sujeitos transformadores sociais e seus líderes, foram capazes de construir a unidade e a integração, que permitiram neutralizar processos destrutivos, em momentos difíceis, na Bolívia e no Equador.

Entretanto, a correlação de forças, que então existia e por meio da qual foi possível estancar os ataques e as tentativas de golpes na região, não foi suficiente para evitar, por exemplo, a destituição de Dilma Rousseff no Brasil, sob o disfarce de um golpe institucional, declarou Kirchner.

Sobre o episódio, em que Rousseff foi afastada do cargo após um golpe parlamentar, senti que não ocorreu devido ao tamanho do país, mas porque é evidente a relevância do eixo Brasil-Argentina, ao longo da história, para imprimir o seu ritmo na região.

Por isso, Kirchner afirmou a importância de analisar os novos elementos surgidos a partir da mudança no equilíbrio de poder na região.

É possível ver claramente o enredamento do plano que Rafael Correa chamou de novo Plano Condor, comparado ao mecanismo, anteriormente aplicado, cujo fio condutor era a América Latina, considerou ela.

Explicou como surgiu, nos últimos anos, uma articulação entre a mídia hegemônica concentrada, os processos judiciais e, ao mesmo tempo, uma transformação que exige novos olhares.

“Evidentemente que o plano foi idealizado e bem estudado, a partir do exterior, para servir de pivô para o que são as novas classes incorporadas ao processo econômico, à mobilidade social, com os instrumentos e recursos sofisticados, incluindo aspectos sociológicos e psicológicos”.

Em sua opinião, o objetivo é incutir nos segmentos da população substancialmente favorecidos pelos processos econômicos e políticos, uma espécie de dissociação entre a sua situação pessoal e os projetos políticos que lhes permitiram acesso à melhor qualidade de vida.

Segundo Kirchner, há um amplo espectro que deve voltar a confluir, porque foram articuladas divisões e há a necessidade de discutir e debater a questão, mas também é preciso agir.

“Se há algo que não podemos permitir, uma vez que concordamos e ingressamos na política com um forte desejo de transformação, mudança, igualdade, bem-estar para as grandes maiorias, é equivocarmo-nos quanto aos nossos propósitos.

“Contratempos claramente podem ocorrer. Muitas vezes para podermos saltar mais longe e mais forte, devemos dar um passo atrás para tomar impulso”, disse ela.

Fonte: Prensa Latina

Tradução da Redação do Resistência

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