Colômbia

Diálogo entre Farc e governo tem novos desafios

16/03/2016

As delegações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) e do governo desse país prosseguem nesta quarta-feira (16), em Havana, Cuba, os diálogos de paz, com o desafio de satisfazer as justas demandas das vítimas do conflito armado.

Na terça-feira (15), no Palácio das Convenções de Havana, sede permanente das conversações iniciadas em 2012, representantes de organizações de defesa dos direitos das vítimas de desaparecimentos forçados na Colômbia recomendaram às partes implementar novos mecanismos para ressarcir essas pessoas afetadas.

Os porta-vozes expuseram a necessidade de intensificar a busca, identificação e entrega digna a seus familiares dos corpos das vítimas da confrontação armada, que em mais de meio século causou a morte de cerca de 300 mil pessoas.

Igualmente, esses porta-vozes defenderam que é pertinente que o governo do presidente Juan Manuel Santos e das Farc-EP nomeiem interlocutores com os quais as vítimas e seus familiares possam conversar para garantir o êxito desse esforço.

Exigiram também que o Estado colombiano reconheça a participação das forças de segurança em fatos dessa natureza e sublinharam a urgência de acabar o para-militarismo, recomendações surgidas, entre outras, a partir de consultas populares.

No ano passado, como resultado de compromissos assumidos pelas partes em diálogo, foi criada uma unidade especial para a busca e entrega dos desaparecidos a seus familiares, e foram implementadas medidas e iniciativas de participação  cidadã.

A presença em Havana de representantes do Movimento Nacional de Vítimas de Crimes do Estado, da Fundação Nádia Erika Batista e da Associação de Familiares de Detidos Desaparecidos, assim como de funcionários do Estado relacionados com essas esferas, foi celebrada também na véspera pelas Farc-EP.

Em um comunicado, a organização insurgente expressou que o cumprimento estrito dos acordos e a incorporação das recomendações são fundamentais para solucionar os problemas das vítimas, e esses consensos devem ser acompanhados de sensibilidade, responsabilidade e respeito à palavra empenhada com as pessoas afetadas.

Como resultado das conversações de paz, as Farc-EP e o governo chegaram até agora a consensos em temas como a reforma rural integral, a participação política e o combate às drogas ilícitas, além da reparação das vítimas.

Nessa proclamada etapa final do processo abordam  tópicos relacionados com o cessar-fogo bilateral, a deposição das armas, e a desmobilização e reintegração dos guerrilheiros à sociedade.

Igualmente, debatem em torno do mecanismo mais adequado para referendar pela via popular tudo o que foi acordado nos diálogos de paz.

 

Fonte: Prensa Latina; tradução da redação de Resistência

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