Alemanha

Die Linke repudia acordo entre conservadores e sociais-democratas e exige novas eleições

23/02/2018

Em artigo publicado em seu site, o partido Die Linke (A Esquerda) critica o acordo entre Ângela Merkel (CDU – União Democrata Cristã) e o Partido Social Democrata (SPD), destacando que as fracas concessões feitas pela CDU em temas específicos não apagam o fato de que os conservadores-cristãos não se comprometeram quanto às principais questões: economia, finanças e segurança.

O contrato entre CDU-CSU* e SPD não aborda os problemas do país. Embora os jornais estejam escrevendo sobre uma “tinta social-democrática” no acordo, não há mudança real quando se trata da redistribuição da riqueza: não se cogita em aumento de impostos para os ricos, em qualquer aumento do salário mínimo e apenas pequenas melhorias em relação aos trabalhadores pobres. O acordo prevê mais investimentos em militarismo e não promete qualquer mudança em relação à Europa ou ao Sul da Europa (Grécia, Portugal, etc.).

O acordo entre a CDU e o SPD já foi chancelado pelo conselho da CDU, e agora precisa ser aprovado pelos 460.000 membros do SPD.  As bases do SPD têm até 2 de março para enviar seus votos, e o resultado deverá ser anunciado logo depois. A vitória do “não” é improvável, mas possível. Neste caso o país enfrentaria duas possibilidades: novas eleições, ou, pela primeira vez, um governo minoritário.

“A coligação CDU-CSU está com 29% nas pesquisas, o SPD está sempre abaixo, com 16%! Não há maioria para respaldar qualquer plano de governo – precisamos de novas eleições!”, diz o Die Linke.

O Partido Comunista Alemão também denunciou, em sua página o acordo: “No que se refere aos armamentos e à política de guerra, o acordo CDU-PSD fala uma linguagem clara: a indústria de armamentos deve ser ‘consolidada e promovida’, as Forças Armadas devem ser equipadas com drones. Também é acordado a expansão dos contingentes de tropas no Mali e no Afeganistão.”

* CSU (União Social-Cristã) é o partido irmão da CDU que atua exclusivamente na Baviera, estado onde a CDU não disputa eleições.

 

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