ONU

Especialistas da ONU recomendam aos governos priorizarem direitos da mulher e igualdade de gênero

09/03/2017
Diretora Executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka

Especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)  chamaram na última terça-feira (7) os governos dos cinco continentes, a colocarem a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres como prioridade de suas agendas.

Em uma declaração sobre o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de Março, advertiram que o fim da discriminação às mulheres continua sendo uma tarefa pendente, apesar dos avanços dos últimos anos sobre o tema.

“Continua a discriminação direta e indireta, visível e invisível, que faz com que as mulheres fiquem atrás em diversos setores”, especificaram.

O documento foi assinado por Alda Facio, Kamala Chandrakirana, Frances Raday e outras integrantes do Grupo de Trabalho sobre a Questão de Discriminação da Mulher e pela relatora sobre a violência contra a mulher, Dubravka Åáimonovic.

De acordo com as especialistas, apesar do estabelecimento de leis em muitos países para proteger as mulheres e do rechaço às normas que as marginalizam, a situação é muitas vezes desfavorável a elas.

“Há lugares onde existe casamento para idades precoces, onde as mulheres são impedidas de passar a sua nacionalidade a seus filhos e maridos, e onde privam as mulheres do direito à propriedade e à terra”, lamentaram.

A este respeito, criticaram que os obstáculos sociais, econômicos, culturais e políticos, responsáveis pela discriminação não tenham sido enfrentados de maneira muito exitosa por muitos governos.

“As mulheres ainda vivem ameaçadas por sanções penais em algumas partes do mundo, por condutas sexuais e reprodutivas, como o adultério, a prostituição ou o aborto, enquanto a outras é negado o aceso a serviços relacionados à saúde e à segurança”, denunciaram.

Segundo as especialistas em direitos humanos, não menos preocupante é a violência de gênero, que uma em cada três mulheres sofre.

“Esta questão não poderá ser tratada de maneira adequada enquanto não forem destruídos os fundamentos da discriminação, que vai mais além do tema da identidade, dado o seu caráter estrutural, incorporada nas bases políticas, econômicas e culturais das sociedades”, enfatizaram.

Resistência, com Prensa Latina, tradução de Luci Nascimento

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