Bolívia

Evo: Nunca mais a história da Bolívia será contada sem a voz indígena

05/02/2017

Foi o que afirmou o presidente Evo Morales ao recusar versões das forças de oposição  sobre o Museu da Revolução Democrática e Cultural inaugurado em Orinoca, departamento de Oruro.

A afirmação foi feita em sua conta do Twitter @evoespueblo e destacada pela imprensa nacional e detalha que o recém-inaugurado Museu da Revolução é patrimônio da bolivianidade e a humanidade, ideia que ampliou ao inaugurar neste sábado obras sociais na comunidade de El Choro.

No marco do 236º aniversário do grito libertário ocidental do departamento de Oruro, Evo sublinhou que esse espaço guarda as lutas indígenas contra a opressão, a desigualdade, a exclusão social e a violação dos direitos dos povos originários.

A direita racista tem rancor contra as populações originárias na Bolívia e em todo o continente, recordou Morales, as classes dominantes aplicaram historicamente políticas de extermínio e nossa resistência milenar lhes faz mal, mesmo que apenas através da história refletida em um museu em Orinoca.

O continente, que antes se chamava Abya Yala e agora é América, foi invadida para nos roubar e nos saquear e chegou a hora de descolonizarmos e refletir até em modificar as letras de hinos que alabam os conquistadores, afirmou depois do aplauso popular.

As nações originárias do Abya Yala têm o direito a guardar nosso legado inalienável, ensombrecido pela longa noite dos 500 anos, enfatizou Morales.

Nesse museu aberto ao público na última quinta-feira (2), bem perto de onde nasceu o primeiro presidente indígena da Bolívia, se expõem dados históricos do período pré-colonial e colonial, e das lutas dos movimentos indígenas durante a Colônia e a República.

Igualmente o museu destaca os benefícios do processo de mudanças que vive o país desde o triunfo de Morales em 2006, o que motivou uma campanha midiática da oposição contra a construção do museu.

Como nos tempos da inquisição, a direita fascista guarda rancor racista, sempre procurou queimar nossa memória, apagar da história, deplorou o presidente.

Por sua vez, o ministro de Defesa, Reymi Ferreira, recordou que muitos dos dirigentes da direita que se pronunciam contra esta obra foram ‘llunkus’ (aduladores) de ex-ditadores, como Hugo Banzer, e servidores de interesses estrangeiros. Eles, agregou Ferreira, fizeram uma avenida e um museu em homenagem ao ex-ditador Hugo Banzer, e em grande parte as opiniões contrárias ao Museu de Orinoca são fruto da ignorância ou da má fé típica de quem não entende o valor da luta dos movimentos sociais

Evo insistiu em que o Museu de Orinoca não é expressão de ego e destacou que ali se exibem centenas de peças das diversas culturas do país e os presentes que recebeu em todas as suas viagens desde que chegou à presidência boliviana em 2006.

Fonte: Prensa Latina

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