Síria

Exército sírio repele ofensiva em Damasco

16/09/2016
As forças do Exército Árabe Sírio repeliram hoje um ataque de grupos jihadistas a partir do bairro de Jobar, a leste de Alepo / Foto de Al-Masdar News

Num contexto de múltiplas violações à trégua vigente na Síria desde dia 12, o Exército Árabe Sírio repeliu, hoje, uma ofensiva de grupos jihadistas numa zona suburbana da capital, Damasco.

A agência AFP noticiou que o Exército sírio fez frente, esta sexta-feira, a uma ofensiva de grupos armados que tentavam entrar na capital através de Jobar, um bairro controlado por forças takfiris a leste de Damasco.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos e a agência estatal Sana confirmaram os ataques, que incluíram o lançamento de 21 foguetes sobre áreas residenciais próximas, sob controle do Governo, em Qaboun, ferindo pelo menos três pessoas, noticiam a PressTV e a HispanTV.

De acordo com a HispanTV, o ataque foi perpetrado pelo Jaish al-Islam, grupo radical amplamente apoiado pela Arábia Saudita e próximo do Exército Livre da Síria, que por sua vez é apoiado pelos Estados Unidos. Recentemente, o seu líder disse que não respeitava a trégua acordada entre a Rússia e os EUA, pelo que, neste momento, o Jaish al-Islam trava vários combates com o Exército sírio.

Rússia acusa EUA e “militantes” de violarem a trégua

Esta ofensiva em Damasco, bem como os combates em vários pontos do território sírio, ocorre num contexto em que a Rússia afirma ter registado dezenas de violações ao acordo de cessar-fogo em vigor desde dia 12. Moscou afirmou ainda que “unidades de militantes controlados pelos EUA intensificaram os ataques as zonas residenciais”.

Na quinta-feira, Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, acusou os norte-americanos de manterem “uma cortina de retórica” para esconder a sua relutância em cumprir a parte que lhes é devida no acordo de cessar-fogo. No final do quarto dia de trégua, só as forças do Governo sírio estão a observar o seu cumprimento, sublinhou.

Por seu lado, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, afirmou que, “apesar de haver registo de alguns focos esporádicos de violência, o acordo se está a manter e a violência é substancialmente menor”.

Já esta sexta-feira, Moscou confirmou que as forças russas e sírias tinham parado os bombardeamentos sobre as áreas em poder de “militantes”, mas que os EUA estavam a tornar mais difícil o esforço de combate aos terroristas, ao não fornecerem as localizações exatas dos grupos que Washington classifica como “moderados”.

Os assim chamados estão a combater ao lado dos ditos “terroristas”, com o objetivo de derrubar o Governo do presidente Bashar al-Assad, informa a PressTV.

Ajuda humanitária em Alepo

De acordo com a Al-Masdar News, o Exército Livre da Síria (ELS) decidiu não permitir a chegada de ajuda humanitária aos bairros sitiados de Alepo Leste. Uma fonte do governo local de Alepo informou que o ELS e os seus aliados islamitas enviaram reforços para bloquear o acesso ao posto do Crescente Vermelho sírio, na estrada de Kafr Hamra.

A menos que as forças “rebeldes” se retirem um quilômetro para norte da estrada, tal como estava acordado, os civis residentes na zona oriental da cidade poderão ficar sem acesso a ajuda humanitária pelo segundo dia consecutivo.

O Exército Árabe Sírio e os seus aliados já tinham cumprido a sua parte, retirando tanques, artilharia pesada e soldados para os campos de al-Malaah, localizados um quilômetro a norte da estrada de Castello.

Fonte: AbrilAbril

Compartilhe: