Argentina

Fortes enfrentamentos na Argentina contra reforma da previdência forçam suspensão da sessão legislativa

14/12/2017

Nos arredores do Congresso argentino houve um caos, nesta quinta-feira (14), com centenas de policiais reprimindo manifestantes, enquanto dentro do Congresso um acalorado embate forçou a suspensão da sessão em que a reforma das aposentadorias seria discutida. 

O projeto, promovido pelo governo argentino, provocou um dia agitado e violento em Buenos Aires, onde as imagens se parecem com filmes, com centenas de soldados tentando evacuar os arredores do Palácio Legislativo. 

Embora os protestos tenham começado de forma pacífica, um grupo de infiltrados, com rostos cobertos, tumultuou o ambiente e começou a jogar paus e pedras, enquanto a segurança respondeu com jatos de água e spray de pimenta, quando a sessão legislativa estava para começar.

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No Congresso aconteceu um episódio lamentável, com os deputados da oposição tendo dificuldade para entrar no plenário. Gritos de um lado e de outro entre a oposição e o partido governista forçou a suspensão da sessão. 

“Nunca vi, em 12 anos como legislador, as forças de segurança não permitirem que a oposição entre no Congresso para debater uma lei. Alguns dos três Poderes do Estado têm que pôr fim a essa loucura pré-democrática e retirar essa operação absurda”, escreveu no twitter a deputada Juliana di Tullio. 

Hoje não foi discutido, mas não permitiremos que a conta do ajuste seja paga pelos pensionistas e aposentados, declarou diante das câmeras a deputada da Frente de Esquerda, Myriam Bregman. 

Por sua vez, o chefe do bloco governista Cambiemos, Mario Negri, disse que “uma coisa é reivindicar e outra obstruir e tentar finalizar a sessão”, enquanto a deputada desse mesmo bloco, Elisa Carrió, enfatizou que “seja nesta semana ou na próxima, votaremos a reforma e vamos ganhar”.

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O projeto de lei, conforme afirmado pelos sindicatos e a oposição, é um golpe no bolso dos pensionistas, dos beneficiários de subsídios familiares e nas pensões dos ex-combatentes das Malvinas. 

“Prevaleceu o bom senso, nem política nem estatutariamente se poderia levar adiante esta sessão. As condições em que todo o processo ocorreu foram irregulares “, disse Agustín Rossi, chefe do bloco oposicionista Frente para a Vitória. 

As condições geradas pelo governo para debater esta lei não correspondem a um Estado democrático, acrescentou depois de enfatizar que “hoje eles queriam começar a sessão com um quórum que não puderam conseguir”.

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Esta lei é uma lei ruim, se o Executivo tiver problemas que resolvam sem colocar a mão no bolso dos aposentados. Se você quiser tentar uma reforma da pensão, você tem que ouvir todos os atingidos, disse ele. 

Após o encerramento da sessão, as forças de segurança continuaram a reprimir os manifestantes com balas de borracha e bombas de gás.

Fonte: Prensa Latina, tradução da Redação do Resistência 

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