Cuba

Fracassa provocação contra Cuba

24/02/2017

Em Declaração difundida na última quarta-feira (22), o Ministério de Relações Exteriores de Cuba denuncia plano tramado para articular em Havana uma ampla e grave provocação  contra o governo cubano. Leia a íntegra.

A mídia internacional difundiu nas últimas semanas a intenção do Secretário-Geral da OEA, Luís Almagro Lemes, de viajar a Havana para receber um “prêmio” inventado por um grupúsculo ilegal, anticubano, que opera em conluio com a Fundação para a Democracia Pan-americana, de extrema-direita, criada durante a VII Cúpula das Américas no Panamá, para canalizar esforços e recursos contra os governos legítimos e independentes em “Nossa América”.

O plano, tramado nas várias viagens entre Washington e outras capitais da região, consistia em articular em Havana uma ampla e grave provocação contra o governo cubano, a fim de criar a instabilidade interna, prejudicar a imagem internacional do país e minar o bom desempenho das relações diplomáticas de Cuba com outros Estados. Talvez tenham julgado mal, imaginando que Cuba sacrificaria a essência, em prol da aparência.

Seriam arrastados para o show o próprio Almagro e alguns outros personagens direitistas que integram a chamada Iniciativa Democrática para a Espanha e as Américas (IDEA), a qual vem atuando também, de forma agressiva, nos últimos anos, contra a República Bolivariana da Venezuela e outros países com governos progressistas e de esquerda na América Latina e no Caribe.

A tentativa teve a conivência e o apoio de outras organizações com pesadas credenciais anticubanas, como o Centro Democrata e Comunitário e o Centro de Estudos e Gestão para o Desenvolvimento da América Latina (CADAL); o Instituto Interamericano para a Democracia, do terrorista e agente da CIA, Carlos Alberto Montaner. Além disso, desde 2015, é conhecido o elo existente entre estes grupos e a Fundação Nacional para a Democracia dos EUA (NED, em sua sigla em inglês), que recebe fundos do governo daquele país para implementar seus programas subversivos contra Cuba.

Ao saber desses planos e aplicando as leis que apoiam a soberania da nação, o governo cubano decidiu negar a entrada no país aos estrangeiros relacionados com os eventos descritos.
Em um ato de total transparência e adesão aos princípios que regem as relações diplomáticas entre os Estados, as autoridades cubanas em contato com os governos dos países de onde partiriam essas pessoas, relataram os fatos na tentativa de dissuadir e impedir a consumação desses atos.

Conforme estabelecido nos regulamentos da aviação civil internacional, as companhias aéreas cancelaram as reservas dos passageiros ao tomarem conhecimento de que estes não seriam bem-vindos ao território cubano. Uns poucos foram reembarcados. Houve aqueles que tentaram manipular os fatos, em função de estreitos interesses políticos, dentro de seu próprio país, de acordo com processos internos que lá ocorrem.

Não faltaram pronunciamentos de defensores dos falsos perseguidos, aliados às ditaduras do passado e políticos desempregados dispostos a unirem-se a mercenários vulgares, a serviço dos interesses estrangeiros, pelos quais são pagos, que não gozam de qualquer reconhecimento em Cuba, e que vivem à base de calúnias insustentáveis, colocando-se como vítimas e agindo contra os interesses do povo cubano e do sistema político, económico e social que este povo escolheu livremente e defendeu heroicamente.

Almagro e a OEA, não nos surpreendem com suas declarações e atos abertamente anticubanos. Em muito pouco tempo à frente dessa organização, Almargo tem se destacado por gerenciar, sem mandato algum dos Estados membros, uma agenda ambiciosa de autopromoção, com ataques contra os governos progressistas como os da Venezuela, Bolívia e Equador.

Nesse período, redobraram-se os ataques oligárquicos e imperialistas contra a integração da América Latina e do Caribe e contra as instituições democráticas em muitos de nossos países. Numa grande ofensiva imperialista, milhões de latino-americanos voltaram à pobreza, centenas de milhares perderam seus empregos, foram forçados a emigrar, foram mortos ou desapareceram, sequestrados por máfias e traficantes, à medida que se expandem no hemisfério ideias isolacionistas e protecionistas, a deterioração ambiental, as deportações, a discriminação religiosa e racial, a insegurança e a repressão brutal.

Onde está a OEA, que sempre manteve um silêncio cúmplice em relação a estas realidades? Por que se cala? É preciso estar tresnoitado para tentar vender aos cubanos, “os valores e princípios do sistema interamericano”, frente à dura e antidemocrática realidade engendrada por esse mesmo sistema. É preciso ter memória curta para não se lembrar que, em fevereiro de 1962, Cuba, solitária, levantou-se contra o “conclave imoral”, como o denominou Fidel, na Segunda Declaração de Havana. Cinquenta e cinco anos depois, juntamente com os povos e os governos de todo o mundo, devemos reiterar, como assegurou o presidente Raul Castro, que Cuba nunca voltará a fazer parte da OEA.
José Martí alertou que “nem os povos, nem os homens respeitam aqueles que não se fazem respeitar (…) os homens e os povos passam por este mundo pondo o dedo na carne alheia, para ver se é branda ou se resiste, e é preciso ter a carne dura, de modo a expulsar os dedos atrevidos. ”

Em Cuba, não esquecemos as lições da história.
Havana, 22 de fevereiro de 2017.

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