Colômbia

Governo e Farc anunciam novo acordo de paz; assinatura será na quinta-feira, em Bogotá

23/11/2016
O presidente Santos e o líder das Farc-EP, acompanhados pelo presidente cubano Raúl Castro, e o chanceler Bruno Rodríguez

Depois de mais de um mês de incerteza, manifestações e intensos debates em Cuba e na Colômbia, o governo e as Farc-EP assinarão novo acordo de paz que os compromete a terminar o longo conflito armado.

A cerimônia oficial foi fixada para a quinta-feira (24) no Teatro Colón, na capital, Bogotá, quando o presidente Juan Manuel Santos e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia -Exército do Povo (Farc-EP), Timoleón Jiménez, voltarão a apertar as mãos e oficializar o último tratado, que, segundo asseguraram, é o definitivo.

A partir de então o passo seguinte será a validação, que ocorrerá no Congresso da República, instância que preparará posteriormente as leis da paz.

Desde a última segunda-feira (21), chegaram a Bogotá procedentes de Cuba os principais dirigentes do movimento insurgente, encabeçados por seu chefe máximo.

Implementar o atual acordo com a maior brevidade possível é algo fundamental para cumprir a obrigação que tenho com vocês, colombianos. (…) Ante esta conjuntura tão excepcional com todo o respeito peço-lhes que levantemos o olhar para o futuro, sublinhou o presidente da República, nesta terça-feira (22), durante um pronunciamento ao país.

Em 12 de novembro passado, os negociadores governamentais e das Farc-EP terminaram o segundo texto, derivado do inicial assinado em Cartagena de Índias em setembro e rechaçado no plebiscisto de outubro.

Depois de um diálogo nacional e com as propostas dos promotores do voto negativo, as partes reajustaram o acordo, que agora inclui modificações, ampliações ou exatidões em 56 dos 57 eixos temáticos revisados.

Minha primeira e principal preocupação é com o processo pacificador e com o risco – que cresce a cada dia – de perder o que já foi alcançado, devido à fragilidade do cessar-fogo bilateral, assegurou o presidente depois de insistir na necessidade de proceder com rapidez para aplicar tudo o que foi combinado.

Em sua opinião, os assassinatos de defensores de direitos humanos e líderes comunitários são uma das consequências da incerteza surgida depois do plebiscito.

Ao referir-se à validação, Santos defendeu que o mais acertado é fazê-la no Parlamento.

Depois de ouvir as propostas e de comum acordo com as Farc-EP, ficou claro que o caminho mais conveniente e legítimo para referendar o acordo é mediante o Congresso da República, onde estão representadas todas as visões e opções políticas da nação, disse.

Em sua declaração, o chefe de Estado lamentou a oposição de alguns setores ao mencionado documento.

Infelizmente, alguns dos segmentos mais radicais do NÃO continuam opondo-se ao acordo, apesar de importantes mudanças e ajustes, disse Santos.

Depois de mais de oito processos de paz ao longo de 34 anos que não foram concluídos, temos diante de nós a oportunidade única de encerrar este capítulo tão doloroso de nossa historia que enlutou e afligiu milhões de colombianos, enfatizou.

Prensa Latina

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