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Jurí esquece Farc-EP e mediação cubana na atribuição do Nobel da Paz a Juan Manuel Santos

07/10/2016
O comandante das FARC-EP, e Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, participaram da cerimônia do cessar-fogo definitivo, em Havana (Cuba), a 23 de Junho

O presidente colombiano foi nesta sexta-feira (7) anunciado como o laureado de 2016 com prêmio Nobel da Paz, pelo acordo de paz firmado com as Farc-EP, que foram ignoradas pelo Comitê Nobel norueguês.

O prêmio foi atribuído “pelos seus esforços resolutos para terminar com a guerra civil que dura há mais de 50 anos” na Colômbia. A porta-voz do Comitê Nobel da Paz, Kaci Kullmann, afirmou que o prêmio “é um reconhecimento pelo duro trabalho e pela importante iniciativa do presidente Santos”, de avançar para o diálogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP).

Apesar de o acordo ter sido alcançado em negociações entre o governo colombiano e as Farc-EP, que tiveram lugar ao longo de quatro anos em Cuba, a responsável do Comitê Nobel da Paz optou por atribuir a distinção apenas a Santos, sem que tenha sido feita qualquer referência aos outros protagonistas do processo de paz na Colômbia.

Recorde-se que, em situações anteriores, foram laureados por processos de paz responsáveis de ambas as partes envolvidas nos conflitos. Em 1994 o prêmio foi atribuído a Yasser Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres, pelos acordos de Oslo (que criaram a Autoridade Palestina). No ano anterior os laureados foram Nelson Mandela, líder histórico da resistência ao apartheid, e o último presidente do regime racista, F. W. de Klerk.

O prêmio Nobel da Paz tem vindo a perder prestígio, com a atribuição a personalidades, como Barack Obama, e instituições, como a União Europeia, com responsabilidades nos principais conflitos mundiais.

Fonte: AbrilAbril

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