Luta pela paz

Movimentos reunidos em Guantánamo (Cuba) propõem coalizão mundial pela Paz

05/05/2017

O 5º Seminário pela abolição das bases militares, que se realiza em Guantánamo, Cuba, desde a última quinta-feira (4), buscará criar uma coalizão mundial para fortalecer a luta pela paz.

Em entrevista exclusiva à Agência Prensa Latina, a brasileira Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz, destacou a necessidade de uma força unida que eleve a consciência acerca da crescente ameaça à paz do planeta.

A líder do movimento mundial pela paz comentou que os Estados Unidos encabeçam as potências militares do mundo e possuem cerca de mil bases destinadas ao cerco a nações e seus governos.

Por isso, diz Socorro Gomes, é decisivo promover a cultura da paz, pontuando ao mesmo tempo críticas à postura agressiva do atual governo estadunidense de  Donald Trump.

Construir uma coalizão mundial será um grande desafio, opinou Socorro, mas é imprescindível a união de todos os movimentos e organizações que lutam pela paz.

Durante os trabalhos do Seminário na quinta-feira (4), Socorro Gomes fez uma intervenção em que destacou que os militantes que lutam pela paz no mundo têm claro que o objetivo dos Estados Unidos, possuidores de 95% das bases militares existentes no mundo, é promover guerras, saquear as riquezas dos povos, controlar os recursos naturais dos países, além de  intimidar os povos, chantagear governos e impor a dominação mundial contando com o respaldo de governos submissos ao imperialismo.

Afirmou ainda que a realização deste seminário periodicamente em Guantánamo, é o espaço para reafirmar a oposição resoluta a estas bases militares, das Malvinas até o Japão, de Guantánamo ao Djibuti.

A instalação de novas bases militares e a abertura de outros enclaves operativos na América Central, no  Mar do Caribe e na América do Sul e, desde 2008, a reativação da Quarta Frota Naval dos Estados Unidos no Atlântico Sul, são peças do mesmo jogo, enfatizou Socorro Gomes.

Ela acrescentou que os lutadores pela paz continuarão a fazer esforços para desmantelar as bases militares, desmontar as armas químicas  e nucleares, e dessa mesma maneira continuarão a exigir a devolução do enclave naval norte-americano em Guantánamo, Cuba, estabelecido neste território há mais de um século.

Sobre este evento e sua sede, Socorro Gomes destacou que a província de Guantánamo é emblemática por ter parte de seu território ocupado pela primeira base estadunidense em solo estrangeiro, que nem o povo nem o governo cubano aceitam.

Na opinião de Socorro Gomes, a permanência desse enclave é uma violação do direito internacional e da  soberania nacional, pelo que se impõe terminar com esta vergonha, disse.

Afirmou ainda que a promessa não cumprida do ex- presidente Barack Obama, desqualifica seu prêmio Nobel pela Paz.

Os Estados Unidos e as oligarquias nacionais aliadas na América Latina estão em plena ofensiva para impor políticas reacionárias e conservadoras na região, disse.

O respaldo ao povo cubano em sua exigência para que o governo dos Estados Unidos devolva o território ocupado ilegalmente pela base naval de Guantánamo foi reiterado pela presidente do Conselho Mundial da Paz.

Socorro Gomes também instou a respaldar a nação  caribenha em sua luta pela eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba há mais de 50 anos.

A máxima representante desse movimento internacional, que luta pela independêcia, a soberania e a integridade dos países, convocou também a incrementar a solidariedade com o Governo da República Bolivariana da Venezuela, assediado pelo imperialismo ianque, em conluio com outros países, e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

A realização mais uma vez deste seminário em Guantánamo tem particular importância, pela participação desta província nas lutas pela independência nacional e porque é aqui onde os Estados Unidos ocupam ilegitimamente parte do território cubano, afirmou em sua intervenção especial José Ramón Balaguer Cabrera, membro do Secretariado do Partido Comunista de Cuba (PCC) e chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central.

Por seu turno, Sílvio Platero Yrola, presidente do Movimento Cubano pela Paz e a Soberania dos Povos (Movpaz), destacou a participação no evento de 248 delegados e convidados de 32 países. Entre os presentes está um grupo de jovens de vários países que estudam na Universidade de Ciências Médicas de Guantánamo.

Participaram também na primeirosa jornada de trabalho do Seminário, Denny Legrá Azahares, integrante do Comitê Central do PCC e primeiro secretário do Partido na província; e Emílio Matos Mosqueda, vice-presidente da Assembleia do Poder Popular. O evento termina neste sábado (6) com a leitura da declaração final num ato público em Caimanera.

Resistência, com Prensa Latina e Granma

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