Internacionalismo

No encerramento da 17ª Cúpula, Não Alinhados defendem a paz e refundação das Nações Unidas

18/09/2016

Terminou com êxito neste domingo (18) na Ilha Margarita, Venezuela, a 17ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL), na qual o Irã transmitiu a presidência, que será exercida durante os próximos três anos, à República Bolivariana da Venezuela. A reunião aprovou a Declaração de Margarita, que tem entre seus propósitos fundamentais acelerar os processos de refundação do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, indicou que o objetivo do movimento é alcançar a democratização desse sistema e a transformação do Conselho de Segurança da ONU.

O documento contempla 11 linhas de ação. A primeira é acelerar os processos de mudança no seio da Organização das Nações Unidas (ONU), ampliando os sistemas de direção para os povos da América e do Movimento dos Não Alinhados, e promover que as mudanças sejam no sentido da refundação e não apenas de transformação.

O texto propõe impulsionar novas alianças, como com o grupo dos Brics, que congrega Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul; avançar nos planos de trabalho consoantes a Agenda 2030 da ONU, que tem entre seus eixos centrais a paz e a erradicação da pobreza como fatores inerentes ao desenvolvimento sustentável.

O documento também se refere à tarefa fundamental de retomar a agenda de democratização da comunicação global, por parte dos países do Movimento; assim como da paz e da resolução de conflitos a partir da diplomacia de paz mundial.

Igualmente, inclui a necessidade de assumir uma agenda verde em função de enfrentar as consequências da mudança climática, e no ponto sete dá ênfase à importância de continuar de maneira perseverante o apoio ao povo da Palestina que enfrenta a ilegal ocupação pelo Estado de Israel.

O documento contém em sua linha de ação número oito o apoio irrestrito ao povo da República de Cuba, que enfrenta um bloqueio econômico, comercial e financeiro, imposto pelo governo dos Estados Unidos há mais de 50 anos, e que constituiu um obstáculo para o desenvolvimento do povo cubano.

Os outros pontos compreendem o impulso e apoio à descolonização de Porto Rico, assim como a solidariedade e atenção ao problema dos refugiados na Europa, produto dos conflitos criados pelos Estados Unidos e seus aliados no Oriente Médio e na África.

A Declaração de Margarita também faz menção à luta contra o terrorismo e contra os métodos de guerra não convencional promovidos por setores que buscam restaurar a tutela colonial nas nações decididas a ser livres, independentes e soberanas.

Unidade

Os oradores durante a 17ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados defenderam que é necessário concentrar forças para elevar as demandas e os interesses do bloco em outros organismos internacionais, como as Nações Unidas, sempre com posições comuns, numa postura de unidade que permita defender seus direitos.

Ecoou fortemente nas plenárias do MNOAL a condenação ao golpe de Estado no Brasil e os intentos de golpe e intervenção na Venezuela.

Pleno êxito

A 17ª Cúpula do MNOAL foi um grande êxito para os 120 países que constituem esse importante bloco, em especial a Venezuela, que sediou o evento com brilhantismo e assume a sua presidência nos próximos três anos. Um acontecimento de transcendência para a República Bolivariana, vítima de uma campanha de difamação e desprestígio por parte do imperialismo estadunidense e da direita internacional, destacadamente, entre outros, o governo direitista e golpista de Michel Temer e seu chanceler José Serra que estabeleceu como um dos seus objetivos fundamentais desestabilizar o país de Bolívar e Chávez.

A Declaração de Margarita tem um inequívoco caráter em defesa e promoção da paz, da soberania e da segurança para o desenvolvimento das nações.

O MNOAL surgiu há 55 anos, em 1961, sendo que sua origem mais remota foi a Conferência Afroasiática de Bandung (Indonesia), em 1955, onde foram estabelecidos os seus princípios fundamentais.

Entre esses princípios destaca-se o respeito à independência, autodeterminação, soberania, e a promoção das relações de cooperação sobre a base do respeito mútuo.

O MNOAL cumpre uma grande função para a preservação da paz mundial, razão pela qual se opõe firmemente à exclusão social, defende a não ingerência nos assuntos internos dos Estados, e luta pelo desarmamento e contra toda forma de manifestação de domínio imperialista.

A presidenta do Conselho Mundial da Paz, a brasileira Socorro Gomes, participou na 17ª Cúpula do MNOAL. “Os movimentos sociais e os defensores da paz em todo o mundo admiram o Movimento dos Países Não Alinhados como uma coletividade de Estados nacionais ampla e representativa comprometida com os princípios da soberania nacional e da paz e que nunca faltou com seu dever de solidariedade com os povos e nações em luta por seus direitos”, disse.

A presidenta do CMP enfatizou que o Movimento dos Países Não Alinhados “é uma organização política, cuja plataforma sempre foi a luta contra o colonialismo e o imperialismo, por uma nova ordem econômica e política internacional. Ecoam fortemente as vozes dos seus países-membros quando se pronunciam sobre temas candentes da política internacional, numa cabal demonstração da sua atualidade como articulação internacional”, pontuou.

Ao encerrar a 17ª Cúpula do MNOAl, o presidente Nicolás Maduro reafirmou a defesa da paz e deu um viva à “Pátria humana”.

Da redação de Resistência, com Prensa Latina e Agência Venezuelana de Notícias

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