Diplomacia

ONU examina resolução que rejeita decisão de Trump sobre Jerusalém

17/12/2017

O Conselho de Segurança da ONU examina um projeto de resolução visando a rejeitar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital oficial do Estado de Israel.

O Egito fez circular no sábado (16) um texto pedindo que a decisão unilateral tomada pelos Estados Unidos seja revogada.

O projeto de resolução poderia ser posto em votação a partir de segunda-feira (18). A decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel desencadeou a ira dos palestinos, manifestações no mundo muçulmano e uma reprovação quase unânime da comunidade internacional.

O projeto de resolução sublinha que o status de Jerusalém “deve ser resolvido pela negociação” e refere-se a “profundas lamentações concernentes às recentes decisões sobre Jerusalém”, sem mencionar explicitamente os Estados Unidos.

O texto afirma igualmente que “toda decisão ou ação visando a alterar o caráter, o status ou a composição demográfica” de Jerusalém “não tem força legal, é nula, sem efeito e deve ser revogada”.

Os diplomatas estão atentos para o fato de que os Estados Unidos vetarão esta resolução que, entretanto, poderá receber o apoio dos 14 outros membros do Conselho de Segurança.

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, “condena vivamente” o projeto de resolução, que segundo ele contém uma tentativa dos palestinos de “reiventar a história”. “Nenhum voto ou debate mudará a realidade evidente de que Jerusalém foi e será sempre a capital de Israel”, declarou Danon em um comunicado.

Israel anexou a parte oriental de Jerusalém, cujo controle assumiu durante a guerra de 1967, e depois adotou uma lei tornando a cidade santa sua “capital indivisível”. Esta anexação jamais foi reconhecida pela comunidade internacional e os palestinos consideram Jerusalém Leste como a capital de seu futuro Estado.

Muitas resoluções da ONU apelaram a Israel que se retire dos territórios usurpados quando da guerra de 1967 e reafirmaram a necessidade de pôr fim à ocupação. Em 1980, o Conselho de Segurança adotou uma resolução declarando que “todas as medidas e ações legislativas e administrativas tomadas por Israel, potência ocupante, que visam a modificar o caráter e o status da cidade santa de Jerusalém não têm nenhuma validade jurídica”. Os Estados Unidos se abstiveram na ocasião, autorizando assim a adoção da medida.

Fonte: “L´Humanité”. Tradução da redação de Resistência

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