Solidariedade

Organizações sociais cubanas se pronunciam contra o golpe no Brasil

14/05/2016

Uma dezena de organizações sociais de Cuba se pronunciaram nesta sexta-feira (13) em Havana, contra o golpe de Estado parlamenta no Brasil, qualificando-o como um desrespeito ao voto popular de 54 milhões de brasileiros. Leia a íntegra do manifesto lançado por essas organizações.

“Nós, as organizações sociais e de massas da Revolução Cubana, que acompanhamos os esforços articuladores e de luta pela justiça social e a unidade continental, manifestamos nossa indignação e condenação ao golpe de Estado parlamentar que no dia de ontem consumou um passo alarmante no propósito de destituir a Presidenta Dilma Rousseff.

“Durante a montagem deste novo atentado contra o Estado de Direito e a democracia no Brasil, com o qual se desrespeitou o voto popular de mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras, não foram apresentadas provas de crimes de responsabilidade que justifiquem um julgamento político contra a Presidenta Dilma, que se vê forçada a deixar seu cargo a partir de hoje por um período de 6 meses, até que se realize uma votação final, que decidirá pelo impeachment ou não. Contudo, a norma constitucional proíbe a aplicação de um julgamento político sem a existência de um delito que justifique esta medida extrema. Nem seus piores inimigos conseguiram acusá-la de algum ato de corrupção ou em benefício pessoal.

“Esta manobra é um evidente golpe orquestrado pela ofensiva conservadora que o imperialismo e as oligarquias desenvolvem contra os governos de esquerda e progresistas em Nossa América, com a clara intenção de truncar os avanços sociais e políticos alcançados, e frear o ascenso da integração continental. Os verdadeiros inimigos do povo: os interesses econômicos das grandes corporações transnacionais, o agronegócio e o capital financeiro são os promotores e beneficiários do golpismo.

“Acompanhamos as mobilizações populares que têm lugar nas ruas do Brasil contra o golpe e apoiamos o movimento popular e social em luta e resistência.

“Condenamos a criminalização do protesto social que se leva a cabo contra a maioria cidadã que respalda a obra de justiça social construída durante estes 13 anos de governos do PT, cujos direitos civis, políticos e democráticos estão sendo pisoteados por uma exígua maioria parlamentar.

“Nós, as organizações cubanas que fazemos parte da Alba Movimentos e outros espaços articuladores na América Latina e no Caribe, estamos contra as autoridades de fato que usurparam o Brasil e só reconhecemos a legitimidade do voto popular dos milhões de brasileiros e brasileiras que escolheram soberanamente Dilma e o Partido dos Trabalhadores para representá-los na sede do Planalto.

“Exortamos todos os amigos de Cuba no mundo a sensibilizar-se com o que hoje ocorre no Brasil, a manifestar todo o apoio ao governo legítimo de Dilma Rousseff e a reclamar respeito à vontade popular expressada nas urnas.

“A unidade de ação neste momento é imprescindível e há que fortalecê-la. A defesa da democracia no Brasil significa também defender todos os nossos povos e a integração latino-americana e caribenha.

“Unidade, organização, solidariedade e luta para tornar realidade o sonho de uma Pátria Grande com justiça social e soberania popular!

O povo do Brasil não está só!

No Brasil, golpe nunca mais!

Havana, 12 de maio de 2016”

Asociação Nacional de Pequenos Agricultores
Comitês de Defesa da Revolução
Central dos Trabalhadores de Cuba
Federação das Mulheres Cubanas
Movimento Cubano pela Paz e a Soberania dos Povos
Instituto Cubano de Amizade com os Povos
Rede em Defesa da Humanidade – Cuba
União dos Jovens Comunistas
Federação Estudantil Universitária
Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes
Centro Memorial Dr. Martin Luther King Júnior.
Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina

Fonte: Granma; tradução da redação de Resistência

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