Palestina

Palestina não aceitará “plano de paz” dos Estados Unidos, diz Abbas

23/12/2017
Abbas disse que não aceitará eventual "plano de paz" feito pelos EUA / Foto: Kremilin

“Com o anúncio de Donald Trump sobre Jerusalém, os Estados Unidos se desqualificaram. Eles não são mais um mediador honesto no processo de paz”, declarou o presidente da Autoridade Nacional Palestina.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, declarou nesta sexta-feira (22) que não aceitará “nenhum plano” de paz proposto pelos Estados Unidos no conflito com Israel, por considerar que os norte-americanos ficaram “desqualificados” ao reconhecer Jerusalém como a capital do Estado hebreu.

Ameaças financeiras

Mahmoud Abbas também criticou fortemente as ameaças financeiras feitas pelos Estados Unidos aos países que condenaram sua posição sobre Jerusalém na ONU. “Não podemos impor ao mundo posições usando o dinheiro. Não podemos pagar os Estados exigindo que adotem uma determinada posição política”, afirmou o presidente da Autoridade Palestina.

Dos 193 países membros da ONU, 128 votaram na quinta-feira (21) a favor de uma resolução que condena o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel, incluindo muitos aliados de Washington como a França e o Reino Unido.

Trinta e cinco Estados, entre eles Canadá, México, Polônia e Hungria, abstiveram-se e 21 não participaram da votação. Nove países – incluindo os Estados Unidos e Israel – votaram contra.

Macron não considera eficaz reconhecimento “unilateral” da Palestina

Sobre a decisão norte-americana, Macron considerou que ela marginalizará os Estados Unidos neste caso sensível. “Os norte-americanos estão marginalizados, tento não fazer o mesmo”, declarou o presidente francês, indicando que não reconheceria unilateralmente a Palestina, porque “não acredita que seria eficaz”.

“Isso seria uma reação à decisão norte-americana, que provocou distúrbios na região”, justificou Macron, que voltou a defender a posição francesa de que “não há alternativa senão a solução de dois Estados e não há solução sem acordo entre as partes sobre o status de Jerusalém”, completou.

Mahmoud Abbas também admitiu que a reconciliação entre os dois principais grupos palestinos, o Hamas e o seu partido, o Fatah, segue complicada para implementar. “A reconciliação palestina, eu sei, é difícil. Há muitos obstáculos, mas estamos determinados a avançar” neste caminho, observou. Há também interesse “para a região e para o mundo”, disse ele.

No âmbito de uma reconciliação patrocinada pelo Egito, o Hamas deveria transferir o controle da Faixa de Gaza para a Autoridade Palestina, internacionalmente reconhecida, em 10 de dezembro. Mas o prazo expirou e o Hamas continua a manter a maior parte do controle desse enclave.

Fonte: RFI, via Opera Mundi

 

 

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