Uma nova etapa do Portal Vermelho

10/02/2014

A direção nacional do PCdoB confiou-me mais uma vez o encargo de dirigir o Portal Vermelho. Para além de considerar elevada honra e agradecer a confiança do coletivo, aceito a tarefa como um desafio, a ser enfrentado a partir do concurso da talentosa e comprometida equipe de militantes e profissionais com quem tenho a ventura de conviver e trabalhar num aturado dia-a-dia.

Por José Reinaldo Carvalho

Conto, sobretudo, com a inteligência coletiva da direção do Partido e de milhares de militantes e quadros atuantes nos mais diversos âmbitos da luta política, social e cultural. Começa uma nova fase. Temos uma agenda densa, com questões prementes a enfrentar: as eleições gerais no País, lutas políticas e sociais por reformas estruturais e a Copa de futebol, grande evento que magnetizará as atenções do povo brasileiro e de todo o mundo.

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A campanha eleitoral ainda não começou, mas já são virulentos os ataques à presidenta Dilma Rousseff, ao seu governo e à coalizão que ela lidera. O Vermelho será uma trincheira da campanha pela reeleição de Dilma e um espaço disponível para o debate programático.

No plano mundial, persiste a crise econômico-financeira como expressão da crise geral e sistêmica do capitalismo, para a qual tanto os receituários neoliberais como os supostamente social-democráticos de inspiração neokeynesiana são inócuos.

A crise é sistêmica, estrutural e multidimensional do capitalismo. Na base de muitas crises políticas está a falência das orientações e medidas supostamente saneadoras da economia e das finanças levadas a efeito por governos conservadores e mesmo por governos que, proclamando-se como de “centro-esquerda”, puseram em prática as determinações da oligarquia monopolista-financeira internacional. Estas medidas constituem em sua essência um sistemático ataque aos direitos econômicos e sociais dos trabalhadores e dos povos, bem como à soberania dos países pouco ou medianamente desenvolvidos. No quadro desta crise, acentuam-se os traços de decadência do capitalismo e do declínio histórico relativo do imperialismo estadunidense, abre-se toda uma época histórica de crise da própria civilização – traduzida pela liquidação de conquistas históricas da humanidade. O capitalismo não é capaz de assegurar desenvolvimento econômico e social, democracia, paz, justiça e sustentabilidade ambiental.

Durante o ano de 2014, persistem os conflitos internacionais, e são promissoras as lutas dos trabalhadores e dos povos por direitos, soberania nacional, desenvolvimento, paz e progresso social.

Os tempos mudam, mas não muda a nossa vontade de enfrentar a luta de ideias contra o arsenal político e ideológico das forças conservadoras e dos diferentes oportunismos de direita e de esquerda, o anticomunismo, uma miríade de conceitos elaborados para defender um sistema iníquo – o capitalismo – e uma ordem mundial baseada na força de potências imperialistas, ainda sob a liderança dos Estados Unidos.

É cada vez mais vasto e poderoso o arsenal de ideias retrógradas e obscurantistas, intoxicando consciências.

O Portal Vermelho se firmou ao longo dos seus 11 anos de existência como um porta-voz credenciado e qualificado do Partido Comunista do Brasil e da esquerda consequente, um instrumento indispensável nesta batalha de ideias. O Vermelho é um Portal comunista. Pertence à linhagem das publicações que fizeram a propaganda das ideias do socialismo, da revolução e do comunismo no mundo e no Brasil no século 20. O Vermelho reivindica a tradição leninista e sente-se herdeiro dessa orientação. Existe para servir a luta dos trabalhadores, tem lado definido na luta de classes.

O Portal Vermelho é um veículo de comunicação comprometido com a luta pelo socialismo. Considera sua tarefa precípua difundir, interpretar, desenvolver e aprofundar as teses do Programa Socialista dos comunistas brasileiros.

Por conseguinte, faz parte do nosso caráter e condiciona os nossos afazeres cotidianos o internacionalismo proletário, a solidariedade irrestrita aos povos em luta contra o imperialismo e a reação mundial, a defesa dos países socialistas e dos partidos comunistas que os dirigem, nomeadamente Cuba, China, Vietnã, Coreia Popular e Laos.

Temos clareza sobre quem ameaça a paz no mundo conturbado em que vivemos. Agora mesmo, enquanto digito estas linhas, as agências noticiosas internacionais informam que o imperialismo estadunidense e seus títeres sul-coreanos anunciaram que terão início no próximo dia 24, manobras militares de grande envergadura na Península Coreana. Comumente, tais manobras simulam ataques nucleares. Constituem ameaça de guerra gratuita à Coreia Popular. A mídia monopolizada, que além de ser uma usina de mentiras atua como um dos fautores de guerra, certamente já prepara seus libelos acusatórios e suas ordinárias caricaturas do país agredido e de sua liderança. Temos a nossa própria visão de socialismo, nossa forma de organização partidária, nossa cosmovisão filosófica, teórica e cultural e não copiamos modelos. Porque temos convicções, não nos confundimos. Saberemos apontar quem são os verdadeiros inimigos da paz na Ásia, na Península Coreana e em todo o mundo.

Igualmente, encaramos e abordamos em nossa produção jornalística a complexa situação no Oriente Médio e a dura luta ali desenvolvida pelos povos, com a ótica do internacionalismo proletário. Ali manifestam-se intensamente contradições geopolíticas envolvendo uma variedade de forças e organizações políticas, o que é muitas vezes invocado pelo inimigo – o imperialismo e o sionismo – para semear confusão entre forças democráticas e de esquerda. As agências de propaganda do imperialismo e do sionismo em todo o mundo estão em desenfreada campanha para atrair simpatias e adesões à sua política, difundindo míticas e edulcoradas visões sobre o regime israelense, um suposto Estado democrático, na essência o executor do genocídio e do martírio do povo palestino.

A América Latina continuará sendo alvo das nossas atenções. Sentimos como também nosso o dever da solidariedade a Cuba socialista, à Revolução Bolivariana e a todos os processos democráticos e patrióticos em curso na nossa região.

A nova etapa impõe-nos o desafio do bom combate pela democratização dos meios de comunicação, em defesa dos direitos dos trabalhadores, e pelo fortalecimento dos movimentos populares em nosso país. Em meio a tudo isso, vamos incrementar as nossas abordagens sobre cultura, esporte e comportamento. E aumentar ainda mais a nossa rede de colunistas e blogueiros.

Já é fevereiro, o tempo urge. Mãos à obra!

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