Opinião

A centenária ABI entra em nova fase, como organização de peso na luta democrática

14/05/2022

A partir do dia 13 de Maio a ABI inicia nova gestão, com participação democrática dos associados e aberta à sociedade
A partir desta sexta-feira, 13 de Maio, a Associação Brasileira de Imprensa abre uma nova página em sua centenária história de lutas pela liberdade de expressão e o Estado democrático de direito no país

Por José Reinaldo Carvalho (*)

Com a retumbante vitória do Movimento ABI Luta Pela Democracia nas eleições de 29 de abril, quando obteve cerca de 58% dos votos dos filiados, a tradicional Casa dos Jornalistas volta a se abrir aos associados, à comunidade de jornalistas do país e às forças democráticas, como centro irradiador dos ideais de liberdade e polo de aglutinação de forças sociais e personalidades comprometidas com a defesa do sistema democrático e a soberania nacional, herdando o mais elevado e digno legado de líderes do passado. Destaco, pela importância histórica, a figura de Barbosa Lima Sobrinho – e ao mencioná-lo tenho certeza de abarcar muitos -, que de maneira sábia e comprometida dizia que no Brasil há dois partidos, o de Tiradentes e o de Silvério dos Reis, dando ênfase ao patriotismo como marca indelével do empenho dos democratas brasileiros pela soberania nacional.

A entidade será liderada no triênio que se inicia agora pelo presidente Octávio Costa e a vice-presidente Regina Pimenta, dois jornalistas experientes, cujas carreiras profissionais se caracterizam pela dedicação à verdade e à judiciosa interpretação dos fatos. Nos veículos em que atuaram e atuam adquiriram rica experiência de valor pedagógico para as novas gerações de jornalistas. Como cidadãos e sindicalistas dedicaram o melhor de si à luta pelos direitos dos profissionais do jornalismo e pela democracia no país. Ao destacar o seu papel, quero homenagear também os veteranos jornalistas, sempre jovens e bem dispostos, que iluminaram o nosso movimento vitorioso com sua lucidez e pertinácia: Ivan Proença, Davi Fichel, Vitor Iório, Irene Cristina, Glória Alvarez, Ágata Messina, Leda Beck e Arnaldo Cesar, entre outros.

Agora à frente da ABI, Octávio e Regina vão liderar lutas atuais, dos jornalistas e de toda a sociedade: pela regulamentação da profissão, com ampliação dos direitos sociais dos jornalistas; pela democratização da comunicação social, pelo fim dos monopólios, com proibição de propriedade cruzada de meios; por transparência e participação da sociedade no processo das concessões de rádio e TV e pela ampliação do número de concessões de rádio e TV para organizações públicas e comunitárias.

No plano mais geral, a ABI vai adensar o combate pela liberdade de expressão, a democracia e o fim do governo de extrema-direita. Na tradição patriótica citada acima, a entidade estará nas primeiras filas da luta contra o entreguismo do patrimônio nacional e pelo desempenho de um papel protagonista do país na arena internacional, como fator favorável à multipolaridade, ao exercício do verdadeiro multilateralismo e respeito mútuo como método de relacionamento entre nações soberanas, pela autodeterminação dos povos, o desenvolvimento compartilhado, a segurança coletiva e a paz mundial.

Ressalto que a vitória do movimento ABI Luta pela Democracia foi fruto do respaldo alcançado pelo Plano de Ação, um programa de trabalho voltado para o soerguimento da entidade, por uma gestão colegiada, participativa, aberta a todos os associados, distante das tendências burocráticas e de gestão fechada em pequeno grupo, cristalizadas em concepções que foram derrotadas nas eleições de 29 de abril.

O Movimento ABI Luta pela Democracia se mostrou uma corrente de pensamento e ação democrática, acolhedora, agregadora, coletiva e representativa. Por isso foi capaz de mobilizar o apoio de centenas de jornalistas que fizeram uma campanha empolgante.

Os 49 integrantes do movimento vitorioso têm diante de si enormes desafios. Felizmente, contamos com discernimento, unidade e apoio na categoria, garantias de que seremos um coletivo inteiramente dedicado à causa com que nos comprometemos.

Com espírito democrático e convergente, na construção da unidade na diversidade, não tenho dúvida de que entre os que ainda não integram o movimento ABI Luta Pela Democracia e os que legitimamente marcharam com a chapa vencida, são muitos os que estarão dispostos a fazer uma nova caminhada conosco. A unidade e a visão ampla são indispensáveis para a ABI alcançar seus grandiosos objetivos.

Fui honrado com a eleição como membro efetivo do Conselho Deliberativo da ABI e compartilho com toda a comunidade do nosso grupo de comunicação – o Brasil 247, maior e mais importante veículo independente e progressista do país – a alegria de estar lado a lado no corpo diretivo eleito de outros colegas do mesmo grupo, designadamente Tereza Cruvinel (Conselho Consultivo), Marcelo Auler, Mário Vítor Santos, e o colunista Weiller Diniz, todos do Conselho Deliberativo.

(*) Jornalista, esitor internacional do Brasi 247 e do site Resistência

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