Opinião

Apesar do golpe, o Brasil de amanhã será outra vez dos brasileiros

09/08/2016

Apesar da história do subdesenvolvimento e da dependência econômica impostos pelo sistema de dominação política, dos vícios da elite permissiva e inconsequente que domina o Estado, da falta de ética ou de inteligência de uns quantos que, com seus diplomas comprados, chegaram ao poder, Lula abriu um caminho para que o povo pensante e trabalhador chegasse ao comando da Nação através da razão e da cultura “pé-na-terra” que une a gente boa brasileira.

Por Zillah Branco*

Não há “pokemons” que imbecilizem quem nasceu livre, com ideias claras, com valor para trabalhar e sorrir, com força e entusiasmo para participar da luta pela democracia, ao lado de irmãos que, pelas suas diferenças, representam todo o planeta unificados pela integridade e a honra de patriotas verdadeiros. A judoca Rafaela Silva conquistou o ouro nas Olimpíadas tornando-se um símbolo dos brasileiros que carregam os problemas da pobreza, da vida em favelas, da cor dos escravos, do gênero das mães humilhadas, e vencem!

Os comunistas lutam em duas frentes simultaneamente: o combate ao golpe que representa a falta de patriotismo, de honra, de decência, de dignidade, de honestidade, de ética e a construção de uma semente para gerar as cidades humanas onde o DNA golpista não terá espaço porque o poder será dos que cultivam os princípios democráticos e o respeito pelos direitos humanos. O que se deseja é que os recursos do país sejam aplicados a favor do desenvolvimento da produção social e das melhores condições de vida dos brasileiros honrados e patriotas – com transporte, cuidados de saúde, ensino com educação e solidariedade, segurança pública e social, emprego e lazer livres da exploração de classe e da alienação mental que condena à subordinação dos cidadãos a um poder desumano e golpista.

“Amanhã será outro dia”, apesar do golpe que uniu oportunistas que pegaram carona no processo democrático e falhados vendidos aos ambiciosos que espalham as guerras e o terrorismo pelo mundo, o Brasil demonstrará que a sua cultura é mais forte porque visa a humanização da sociedade com igualdade para os trabalhadores e suas famílias e não a acumulação do capital para satisfazer uma elite ambiciosa.

O amanhã está ligado ao combate ao golpismo de hoje. São passos de um mesmo processo que a história do Brasil registra através dos séculos. Antes surgiram heróis que deram a vida ao seu povo como exemplos a serem seguidos em defesa da liberdade, a igualdade e a fraternidade. Apesar do domínio capitalista que retira o poder aos povos para centralizar nas instituições financeiras dirigidas por uma elite corrupta e egoísta, o povo brasileiro absorveu das conquistas mundiais e do exemplo dos seus heróis a formação social humanista que se desenvolveu como filosofia, ciência e arte que hoje se manifesta nas Frentes de Luta que dominam as ruas das grandes cidades em todo o país.

Referimos como exemplo a judoca Rafaela Silva que ao viver tantos sacrifícios pessoais – vítima de privações de recursos, de preconceitos elitistas, de egoísmos de quem se julga superior, da ausência de justiça democrática na sociedade – descobriu a sua força indomável na luta bem conduzida. Assim faz o povo brasileiro que não permite a uma quadrilha de invasores a serviço de uma elite terrorista, roube a sua Pátria amada construída há meio milênio por trabalhadores de tantas origens que não se vendem, a si e à sua cultura, à sua história, aos seus valores éticos, ao seu exemplo humano, por dinheiro nenhum. Lutam e vencem!

Não podemos continuar a perder tempo. Temos de nos preparar para a construção das cidades humanizadas com debates sérios sobre como produzir sem o esbanjamento da elite, sem a formação do mau caráter de golpistas, sem a infiltração de inimigos, sem os privilégios que impedem a justiça democrática, com o desenvolvimento da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Contaremos com o interesse e a solidariedade dos outros povos latino-americanos e dos que, em todo o planeta, lutam pela paz e a democracia.

Fora golpistas! Viva a luta popular no Brasil!

* Cientista Social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de vida e trabalho no Chile, Portugal e Cabo Verde

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