América Latina

Chanceler do Equador: A integração é a única forma de alcançar a soberania da América Latina

10/05/2016

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu nesta segunda-feira (9), em Caracas, o chanceler do Equador, Guillaume Long.

Maduro esteve acompanhado pela ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez. Durante a reunião foram abordados temas de interesse bilateral.

O ministro do Poder Popular para a Comunicação e a Informação, José Luis Marcano, informou que durante a reunião foram discutidas questões de interesse bilateral.

O chanceler equatoriano declarou que a integração da América Latina é a única maneira de alcançar a soberania dos países da região.

“Devemos seguir com a integração. A integração dos povos é a única forma de conseguir a soberania da nossa América, estou mais convencido que nunca de que a integração é o caminho”, disse.

Durante uma entrevista concedida ao programa Siete Preguntas transmitido pela Telesul, Long advertiu que se está tentando enfraquecer a união da região, através do desgaste dos mecanismos recentemente criados, como a  União das Nações Sul-Americanas (Unasul), a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e a Alternativa Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba)

“Temos de continuar a acreditar que a resposta para o mundo, a resposta ao século 21, aos grandes desafios que a humanidade enfrenta é a integração da América Latina”, declarou.

Para o chanceler equatoriano, o futuro da América Latina está na Unasul e na Celac, ambos mecanismos de unidade regional que, em sua opinião, não devem ser desperdiçados.

Valorizou como conquistas importantes da região, nos primeiros anos do século 21, a “recuperação da soberania e a integração regional. Toda a política externa do Equador se baseia nessa premissa, a integração dos povos latino-americanos e em trilhar o caminho traçado por nossos líderes, por Hugo Chávez, por Nestor Kirchner, Lula, Correa, Evo e Mujica”, destacou.

Contraofensiva da direita

Long advertiu que existe uma forte contraofensiva da direita que pretende voltar ao poder na América Latina. Neste sentido, observou que a direita procura tirar proveito de algumas derrotas eleitorais em países da América do Sul.

“Acreditamos que a base social e política da soberania, da integração dos processos progressistas é forte e será capaz de resistir ao ataque, mas certamente este ataque existe, seríamos ingênuos se o negássemos. Neste momento devemos proteger a Unasul e a Celac contra quaisquer investidas que possam enfraquecê-las”, aconselhou.
Alertou que existe uma estratégia de fortalecimento da direita, que se encontra muito impaciente para voltar a exercer o poder na região. Nesse sentido, ressaltou que a direita aprendeu com os erros cometidos no passado.

“A direita (…) se reinventou, está muito mais juvenil, com muito mais frescor e multicolorida, procura mostrar uma face sem ideologia (…) mais centrista, para não assustar o povo, ao menos é o que se passa no Equador”, destacou Long.

Gratidão à Venezuela

Por outro lado, o diplomata equatoriano expressou sua gratidão ao povo e ao governo venezuelano pela ajuda humanitária oferecida ao seu país, após o terremoto de magnitude 7,8 que deixou 660 vítimas mortais em Manabi.

“A resposta da Venezuela foi formidável, o terremoto ocorreu por volta das sete da noite do sábado e no domingo pela manhã aterrissavam as primeiras aeronaves venezuelanas que, de fato, foram os primeiros aviões de ajuda internacional a tocar em território equatoriano”, afirmou.

Sobre as consequências do terremoto, disse que até a data existem 30 mil pessoas desabrigadas e que o Equador está atualmente em fase de reassentamento dos sobreviventes. A este respeito, declarou que a primeira fase a ser enfrentada foi o resgate das vítimas.

“Agora, estamos na segunda fase, encontrando soluções, também com acampamentos e programas para que as pessoas alojem vítimas em suas casas e o Estado fornece a assistência financeira”, disse ele.
Salientou que a terceira fase é a da reconstrução da cidade, que é muito onerosa, mas uma oportunidade para construir a cidade da maneira correta.

Fonte: Correo del Orinoco; tradução de Maria Helena d’Eugênio

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