China

China visa prosperidade compartilhada com sua primeira exposição de importação

31/07/2018

Seis décadas depois do lançamento da Feira de Cantão na China, originalmente voltada para exportações, o país está pronto para abrir sua primeira exposição exclusivamente dedicada às importações.

Na última sexta-feira (27), a China anunciou a contagem regressiva de 100 dias para a primeira Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), a primeira do mundo voltada à importação de nível nacional, que será realizada em Xanghai de 5 a 10 de novembro.

Um projeto histórico para abrir ainda mais o mercado chinês ao mundo, o evento declara o compromisso do país com o livre comércio e a prosperidade compartilhada, apesar do crescente protecionismo.

Exposição excepcional

Huang Jianzhong, economista da Universidade de Negócios e Economia Internacionais de Xanghai, descreveu a CIIE como “uma exposição de importação de grande escala e de alto nível sem precedentes no mundo”.

A feira atrairá expositores de todos os membros do G20, mais de 50 países e regiões ao longo do Cinturão e Rota e mais de 30 dos países menos desenvolvidos do mundo, segundo os organizadores.

Mais de 130 países e regiões e mais de 2,8 mil companhias confirmaram sua participação. Mais de 150 mil compradores nacionais e internacionais devem participar.

“As áreas de estandes para empresas já foram totalmente reservadas em junho, e tivemos que expandir essa área duas vezes, de 210 mil metros quadrados para 270 mil metros quadrados”, disse Sun Chenghai, vice-diretor do Comitê da CIIE.

Mais de 30 companhias e instituições, incluindo muitos líderes de indústrias, já assinaram para a segunda CIIE.

As empresas estrangeiras estão visando as oportunidades de mercado criadas por uma das maiores economias, com mais rápido crescimento do mundo, e o maior grupo de renda média do mundo, que está querendo uma melhor vida e bens de qualidade mais alta.

A China tem sido o segundo maior importador de bens do mundo por nove anos consecutivos, representando 10,2% das importações mundiais no ano passado. As autoridades chinesas esperam que o país importe bens no valor de US$ 24 trilhões nos próximos 15 anos.

Arancha Gonzalez, diretora executiva do Centro do Comércio Internacional, chamou a CIIE de “uma feira única”.
“Sinaliza um compromisso da China de se transformar de uma fábrica mundial para um mercado mundial”, comentou Gonzalez.

Com a CIIE, a China pode compartilhar sua experiência em expandir exportações com outros países e ajudá-los a aproveitar o mercado chinês, disse ela. A exposição é “um exemplo de como o comércio internacional pode ser de ganhos recíprocos.”

Abertura de alta qualidade

Desde sapatos japoneses e cosméticos dos Estados Unidos, até medicamentos alemães e ferramentas de máquinas suíças, uma variedade de bens de consumo, produtos de alta tecnologia e serviços avançados será exibida na primeira CIIE.
Andreas Weller, presidente da região Ásia Pacífico para a fabricante alemã de autopeças ZF, disse que a companhia exibirá sua última tecnologia em condução autônoma e e-mobilidade na exposição. “A ZF está muito contente em participar da primeira CIIE, que é um importante meio para nós e para a economia chinesa continuar com a abertura”, avaliou.

A gigante química dos Estados Unidos Dupont mostrará seus produtos portáteis inteligentes, atualmente ainda em desenvolvimento. A fabricante de chip Qualcomm trará suas tecnologias vanguardistas em 5G e inteligência artificial (IA). O clube de futebol italiano Inter de Milão planeja trazer suas estrelas de futebol para a feira.

A empresa de auditoria e consultoria Deloitte mostrará dezenas de soluções inovadoras em IA, aprendizagem de máquina e análise de big data, segundo Liu Minghua, encarregada de negócios da Deloitte no leste da China.

“A China sempre tem sido um dos mercados estratégicos mais importantes da Deloitte. Nós estamos ansiosos para participar da CIIE”, disse ela.

Aos olhos do economista Huang Jianzhong, a CIIE é prova da abertura de alta qualidade da China.

“Com abertura de alta qualidade em vez da de alta velocidade, a China está colocando no lugar um conjunto de arranjos institucionais para abrir seu mercado”, disse Huang.

Na exposição, um centro de serviços será instalado para fornecer consultoria sobre proteção de direitos de propriedade intelectual e ajudar as companhias a lidarem com disputas.
Com a abertura de alta qualidade, a China também pretende criar crescimento inclusivo que beneficie tanto as economias desenvolvidas como as em desenvolvimento.

Para os países menos desenvolvidos que participam da exposição, descontos em taxas e várias barracas gratuitas serão fornecidos, enquanto a China COSCO Shipping Corp. Ltd., uma companhia de transporte marítimo oficialmente recomendada, cobrará taxas de transporte marítimo mais baixas para suas exibições.

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