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Cuba sobre resolução da OEA em relação à Venezuela: “Uma dura e vitoriosa batalha”

06/06/2016

A decisão do Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) que, na quarta-feira (1), aprovou por consenso o apoio ao diálogo na Venezuela, na prática desautorizando o secretário-geral da organização, Luis Almagro – que em carta chegou a ameaçar o governo bolivariano – foi saudada por Cuba como “uma dura e vitoriosa batalha diplomática (…) contra o plano de ingerência do imperialismo e das oligarquias”. O texto do Ministério das Relações Exteriores de Cuba denúncia “a maneira histérica, torpe e nada ética, pela qual o secretário-geral da OEA tentou, a todo o custo, servir a escusos interesses”. Para Cuba “o ocorrido agora em Washington é uma nova evidência de que Nossa América mudou, embora a OEA continue sendo um instrumento, impossível de reformar, de dominação dos Estados Unidos sobre os povos latino-americanos e caribenhos”. Leia abaixo a íntegra do documento.

Declaração do Ministério das Relações Exteriores (MINREX)

A irmã República Bolivariana da Venezuela travou uma dura e vitoriosa batalha diplomática na Sessão Extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), celebrada em 1º de junho, contra o plano de ingerência do imperialismo e das oligarquias.

Também fez valer o princípio de não intervenção nos assuntos internos dos Estados e o direito destes a eleger, sem ingerências externas, seu sistema político, econômico e social, recolhido na Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, que assinaram os chefes de Estado e de Governo durante a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino­americanos e Caribenhos, celebrada em Havana, em janeiro de 2014.

Surpreende a maneira histérica, torpe e nada ética, pela qual o secretário-geral da OEA tentou, a todo o custo, servir a escusos interesses.

O senhor Almagro tentou agora aplicar a Carta Democrática Interamericana, particularmente seu artigo 20º, encaminhado supostamente a lidar contra as rupturas ou alterações graves da ordem constitucional, artigo que não foi invocado quando do golpe militar de 2002 contra o presidente Hugo Chávez Frías, nem para condenar os golpes de Estado nem as tentativas de golpe que nos últimos quinze anos têm abalado a região, exceto em um único caso, em 2009, no qual os Estados Unidos e algumas forças da direita fizeram forte resistência.

Para isso, sem o mandato dos Estados membros, se atribuindo prerrogativas que não tem, com a ajuda de elementos da oposição golpista venezuelana e de outros personagens reacionários de duvidosa reputação, escreveu um relatório calunioso e ingerencista que, violando os procedimentos, tornou público.

Tudo parecia pronto para um passeio triunfal, mas o secretário-geral, os burocratas da OEA e seus truculentos mentores esqueceram que já não vivemos em 1962, quando com vergonhosa cumplicidade Cuba socialista foi julgada e condenada.

Marcaram a diferença o tom dos debates, as fortes denúncias do papel indecente do secretário-geral, a posição firme dos países irmãos da ALBA-TCP, os calmos argumentos daqueles que escolheram o diálogo, o respeito entre as nações e a paz como norma de sua diplomacia, e a mensurada mas clara resistência caribenha ao convite traiçoeiro contra a Venezuela.

O Ministério das Relações Exteriores considera que o ocorrido agora em Washington é uma nova evidência de que Nossa América mudou, embora a OEA continue sendo um instrumento, impossível de reformar, de dominação dos Estados Unidos sobre os povos latino-americanos e caribenhos, e lembra o expresso pelo presidente Raúl Castro Ruz, em dezembro de 2008, reiterado no recente 7º Congresso do Partido Comunista de Cuba, quando parafraseando José Martí disse que “antes que Cuba retornar à OEA o mar do Norte se juntará ao mar do Sul e nascerá uma cobra de um ovo de águia”.

Reiteramos, mais uma vez, à Revolução bolivariana e chavista, solidária e generosa, ao presidente Nicolás Maduro Moros, à união cívico-militar e a seu bravo povo o pleno respaldo do povo e do Governo Revolucionário cubanos e nossa inquebrantável fé no triunfo de sua justa causa.

Ministério das Relações Exteriores

Havana, 2 de junho de 2016

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