Venezuela

Diálogo, pacificação e acordo econômico: As bases do novo governo Maduro

25/05/2018
Fotos: Pedro Mattey-AVN

A economia, o diálogo e a pacificação nacional, a luta contra a corrupção, a proteção social, a defesa da Venezuela ante conspirações e o socialismo são as seis linhas de ação estabelecidas pelo presidente da República, Nicolás Maduro, para seu novo governo, cuja posse acontecerá em 10 de janeiro de 2019, segundo estabelece a Constituição.

Para isso estão convocados todos os níveis do governo, os distintos setores e o povo em geral, destacou no Hemiciclo Protocolar do Palácio Federal Legislativo, em Caracas, onde foi realizada uma sessão especial da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), em que apresentou o diploma outorgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), após triunfar nas eleições do último domingo e ser ratificado no cargo com 6,2 milhões de votos.

Sobre o diálogo e a pacificação nacional, insistiu que todos os setores políticos devem trabalhar em conjunto a favor do bem-estar do povo venezuelano. Maduro anunciou a liberação de presos relacionados às ações de sedição dos anos 2014, 2015, 2016 e 2017.

Uma proposta formal foi entregue à Comissão da Verdade, Justiça e Paz para “superar as feridas que deixaram as guarimbas e as conspirações”.

“Há um conjunto de pessoas detidas por violência política. Quero que saiam em liberdade e se dê a oportunidade para um processo de reconciliação nacional, com aqueles que não tenham cometido crimes graves”, disse, pedindo que os setores que preferiram a violência deixem as armas e façam política.” Quero um processo de unificação nacional”.

No tema econômico, afirmou que vai trabalhar para avançar em um acordo econômico produtivo para a estabilização, o crescimento e a prosperidade do país para satisfazer as necessidades da população.

O chefe de Estado explicou que trabalha para estabelecer um acordo econômico com os setores empresariais produtivos do país, tanto públicos, mistos e privados, para consolidar “um processo de crescimento e recuperação sustentável do  sistema econômico venezuelano”.

Maduro disse que serão fortalecidos os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap) e as Feiras do Campo Soberano, para chegar até cinco mil mercados populares em todo o país, entre outras ações.

A terceira linha de ação será uma luta renovada e frontal contra todas as formas de corrupção e pelo surgimento de uma nova ética patriótica e cidadã.

A quarta linha está centrada na proteção do povo.

O presidente Maduro explicou que o Carnê da Pátria será o instrumento que permitirá ampliar toda a política de proteção social impulsionada durante os últimos anos. Outra meta é que a Grande Missão Lares da Pátria atenda seis milhões de famílias.

A quinta linha de ação será a defesa da Venezuela contra as conspirações nacionais e internacionais para acabar com a Revolução Bolivariana.

Sobre este tema, o presidente Maduro reiterou que governos como dos Estados Unidos e Colômbia realizaram uma série de planos “para gerar uma violência militar, e tentar evitar eleições democráticas no país”.

Ele denunciou ainda que está em marcha um plano para criar confrontos bélicos na fronteira colombo-venezuelana, e instruiu a ativação da “máxima inteligência” por parte da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb).

O socialismo é sexta linha de ação. “A Venezuela voltou a ratificar seu rumo: o socialismo”, disse, acrescentando que é necessário fortalecer seus princípios e bases fundamentais, além do direito à independência, a liberdade, a soberania, a integridade territorial e a autodeterminação nacional.

“Temos que construir as cinco dimensões do socialismo em todos os espaços: ética, moral e espiritual, em primeiro lugar; a dimensão política, ideológica, institucional, em segundo lugar; a dimensão social, o novo modelo social; a dimensão econômica, e a dimensão territorial, aplicado como fórmula de planificação”, destacou.

“Estou mais comprometido que nunca com nosso povo. Vocês elegeram um presidente para construir o socialismo; para solucionar os problemas; para o diálogo e a pacificação; que é povo, que é povo de verdade. Um presidente povo”, afirmou no encerramento de seu discurso, em que reiterou sua subordinação à Assembleia Nacional Constituinte, como depositária do poder constituinte originário.

Fonte: Agência Venezuelana de Notícias

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