FSM: Cebrapaz no debate sobre desigualdade e crise civilizatória

21/01/2016

Globalização, desigualdade e a crise civilizatória foi o tema de debate realizado pelo Fórum Social Mundial Temático na tarde desta quarta-feira, 20, no auditório Araújo Viana, em Porto Alegre.

Busca pelo futuro

Ao fazer o balanço dos últimos 15 anos do FSM, a presidenta do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes destacou, ao Vermelho, aspectos importantes que caracterizaram o evento desde a sua criação. “O FSM é marcado por ampla diversidade cultural e política. Mas há três pontos, para além deste aspecto, que considero muito importantes: a posição contrária à guerra e pela paz; sua essência anticapitalista, contrária a este sistema deletério e destruidor e a sua afirmação na busca pelo futuro, uma mensagem positiva de que outro mundo é possível. Isso continua atual”.

Para ela, as articulações do Fórum levaram a muitos êxitos. “Vários países saíram do mapa da fome da ONU, o analfabetismo foi erradicado em nações como a Venezuela do comandante Hugo Chávez, Evo Morales implementou grandes avanços na Bolívia. E o Brasil conseguiu, com os governos Lula e Dilma, retirar milhões de pessoas da linha da pobreza”. 

Socorro, no entanto, enfatizou que “os problemas ainda são muitos e se olharmos para o mundo, veremos que há uma grave crise civilizacional, que pode ser constatada, por exemplo, na grande migração que está acontecendo para a Europa, o que também demonstra o fracasso das políticas de guerra contra os países e de golpes para a derrubada de presidentes, promovidas pelos EUA e Otan, e que são cinicamente chamadas de operações humanitárias em defesa da democracia. 

Essas políticas de cunho imperialista e contrárias à auto-determinação dos povos resultaram, conforme explicou, na fuga em massa de milhões de pessoas em vários países. “E quando essas pessoas conseguem chegar à Europa, encontram a truculência das potências europeias e da Otan, aquelas mesmas que promoveram a destruição de seus países, provocaram o terrorismo e o caos”. 

Para Socorro, portanto, permanece no cerne do Fórum “a necessidade de dar continuidade e avançar na luta pela paz e contra as guerras. E paz não rima com opressão, com injustiça, com a falta de direitos dos povos, e nem com a falta de soberania”. 

A mesa de debates contou ainda com a participação do sociólogo português Boaventura Souza Santos, Maren Mantovani (StopWall), que abordou a gravidade dos problemas impostos por Israel aos palestinos; Leo Gabriel, jornalista da Áustria; Cristina Reynold (AIH/Argentina), Caroline Borges (Reaja/Brasil), Claudir Nespolo, da CUT e Ruth Coelho, da Força Sindical.

Com informações do Portal Vermelho, reportagem de Priscila Lobregatte de Porto Alegre

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