Resistência brasileira

Lula diz que é crime querer o poder sem o voto popular

05/04/2016

O ex-presidente Lula participou, nesta segunda-feira (4), do Ato em defesa da Democracia promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo. Em seu discurso, ele disse que “os setores conservadores já se cansaram da democracia”. “A democracia só seria boa se eles ficassem no poder a vida inteira. Eles não admitem um metalúrgico e uma mulher chegarem ao poder. O que deixa eles horrorizados é a possibilidade de Lula voltar em 2018”, afirmou.

Lula afirmou que aceitou virar ministro, mas estabeleceu como condição “dar certa consertada na política econômica”. “Tem que saber que tem que conversar com o mercado, mas o nosso mercado é o povo trabalhador, o povo consumidor, a dona de casa. Não adianta tentar agradar as elites e o mercado. Quanto mais agrada, mais capa de revista batendo na gente. Eles querem derrubar o governo. E encontraram a forma mais espúria. Impeachment. Eles estão cometendo crime de responsabilidade querendo chegar ao poder sem ganhar eleição”, afirmou.

O ex-presidente também criticou a Veja. “A primeira capa que recebi da Veja foi quando fui preso em 1980. Não lembro do dia que a Veja deu capa boa minha. A minha sorte é que ela está ficando cada vez mais magra, mais magra. O povo está aprendendo a discernir o que é verdade e o que é mentira”.

Lula voltou a mandar recado para o vice-presidente Michel Temer: “Não tenho nada contra Temer. Só tenho uma coisa para dizer para ele: quer ser presidente? Dispute eleição. Esse negócio de encurtar o caminho para chegar lá [à presidência] não dá certo”.

Confira outras declarações do ex-presidente em seu discurso:

“Nunca vi o ódio que está estabelecido contra o PT e contra os trabalhadores. A gente não precisa fazer o jogo rasteiro que eles querem que a gente faça. O povo foi para a rua e nós vamos segurar o mandato da presidente Dilma legalmente”

“Esse país está precisando recuperar a alegria. Vou dialogar com todos. Vamos chamar os movimentos sociais. Nosso compromisso é fazer com que esse país volte a sorrir”

“No dia em que for votado o impeachment, nós temos que estar nas ruas. Não vamos permitir que nossa Constituição seja rasgada, que nossa democracia seja arranhada”.

Brasil 247

 

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