Vitória popular

Mais de oito milhões de venezuelanos elegem a Assembleia Nacional Constituinte

31/07/2017

Um total de 8.089.320 venezuelanos participaram da eleição de 537 membros da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), o que representa 41,53% do eleitorado, informou a presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.

Ao apesentar o primeiro boletim com os resultados das eleições da ANC, ela agradeceu o trabalho dos funcionáios do Poder Eleitoral e da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

Tibisay Lucena anuncia os resultados

Tibisay Lucena anuncia os resultados

“Esta foi uma eleição extraordinária, inusual, distinta. O balanço é extremamente positivo, porque a paz venceu, a Venezuela venceu. Apesar da violência, apesar das ameaças, os venezuelanos puderam expressar-se”, disse Tibisay Lucena desde a sede do CNE em Caracas.

Ela assinalou que houve zonas em alguns municípios do país, como o estado de Mérida, onde ainda às 10h30 da noite as pessoas estavam votando, devido à realocação de centros eleitorais assediados pela violência.

Lucena recordou que nesta terça-feira, 1º de agosto, serão eleitos os oito representantes dos povos indígenas que participarão da ANC.

Legitimidade

A Assembleia Nacional Constituinte, eleita neste domingo com mais de oito milhões de votos, nasceu com uma grande legitimidade popular, disse na madrugada desta segunda-feira (31) o presidente da República, Nicolás Maduro.

Diante de uma multidão reunida na Praça Bolívar de Caracas, o mandatário assinalou que o mecanismo constitucional nasceu com a mesma legitimidade que a Constituinte de 1999, fundamentada na Carta Magna e com o apoio do povo.

“Não só tem a força constituinte nacional, mas tem a força da legitmidade, a força moral de um povo que de maneira heroica em condições de guerra foi votar e dizer: queremos paz, tranquilidade”, afirmou.

Em sua intervenção, Maduro indicou que o povo venezuelano deu uma lição de coragem e valentia ao participar da jornada, apesar das ameaças de agentes que pretendiam cercear o direito de voto.

“O bravo povo deu uma lição de coragem, de valentia. O que vimos hoje é admirável”, comemorou o presidente minutos depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) emitiu os primeiros resultados da eleição de 537 membros da ANC.

Diálogo e justiça

Maduro confirmou o compromisso do governo de fazer da Assembleia Nacional Constituinte um espaço de diálogo e encontro.

“Cerremos fileiras para que a Assembleia Nacional Constituinte seja o espaço de diálogo nacional de todos os venezuelanos, da gente honesta que queira paz, da gente sincera”, insistiu.

O líder bolivariano disse também que a tarefa principal da Assembleia Nacional Constituinte é consolidar um sistema para reivindicar as vítimas da violência opositora e fazer justiça, como uma forma de erradicá-la.

“Esta é uma Constituinte para pôr ordem, fazer justiça e defender a paz”, expressou.

Acompanhantes internacionais

Os 43 acompanhantes internacionais que presenciaram as eleições da ANC, fazem um chamado a que se respeite a vontade do povo venezuelano que se expressou nessas eleições.

Em um comunicado, que será entregue ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) junto ao informe técnico, o grupo de acompanhantes — integrado por especialistas políticos, parlamentares, indígenas, camponeses, operários e representantes de missões e de organismos eleitorais da Europa, América do Sul, América Central e América do Norte — também asinala a importância de respeitar o direito à soberania e à autodeterminação dos povos.

“As e os acompanhantes internacionais chamamos os povos e governos do mundo a respeitar os resultados desta eleição da Assembleia Nacional Constituinte como manifestação da autodeterminação do povo venezuelano”.

Resistência, com Agência Venezuelana de Notícias

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