Opinião

Na Revolução socialista russa começava a se criar um mundo sem patrões

10/11/2018

Por Antônio Augusto (*)

No dia 7 de novembro, há exatos 101 anos, a humanidade iniciava sua experiência social mais avançada, a libertação da exploração do capital.

Na Rússia, a construção do socialismo demonstrou na prática que não há razão para os benefícios do trabalho humano reverterem, na sua enorme parte, apenas para um punhado de ricos e bilionários.

Sim, era possível atender a todas as necessidades básicas populares, com os operários, os camponeses, o povo no poder político.

Só a Revolução Socialista podia satisfazer as reivindicações de um povo exaurido pelas desgraças da Primeira Guerra Mundial, e pelo despotismo sem limites da autocracia czarista.

“Paz, pão e terra”, as grandes necessidades populares, defendidas pelos comunistas (posteriormente realizadas pelo governo revolucionário socialista), levaram à Revolução Socialista e ao poder popular, expresso nos conselhos populares (sovietes).

V. I. Lênin o principal teórico marxista e dirigente prático da Revolução.

No antigo calendário juliano, usado na Rússia czarista, era dia 25 de outubro quando o governo pró-capitalista de Kerenski foi deposto pela insurreição em Petrogrado (que após a morte de Lênin trocaria o nome para Leningrado).

Havia um atraso de 13 dias no calendário juliano em relação ao calendário gregoriano, empregado majoritariamente no resto do mundo.

25 de outubro correspondia, então, a 7 de novembro.

A Revolução tornou-se conhecida na Rússia Soviética como a Grande Revolução Socialista de Outubro.

Dilema central da nossa época histórica

O acontecimento de 1917 marcou o século 20.E ainda marca nossa época, apesar da dissolução da União Soviética (criada em 1923), em 1991.

Se o século 20 assistiu à ascensão do socialismo ao poder estatal, o nascimento do socialismo como sistema de governo, o século presente e os vindouros assistirão à luta pelo progressivo desenvolvimento do socialismo, por sua ascensão e consolidação em todo o mundo,

É hoje inconcebível diante dos avanços da ciência e da tecnologia que bilhões de pessoas ainda passem fome, não tenham garantia de emprego, acesso às benesses da Saúde, da Educação, de uma vida digna.

Que vivam mergulhadas no obscurantismo, na censura, na monopolização e manipulação da informação, a serviço dos interesses de meia dúzia de megacorporações.

É inconcebível o atraso social representado pelo capitalismo para que uma minoria numericamente insignificante se aposse dos recursos de países inteiros, e os malbarate.

A predação sem limites do capital ameaça a própria existência ecológica do planeta e da vida humana.

A discriminação e a exclusão é o dia-a-dia do capitalismo: contra os pobres, os direitos das mulheres, dos homossexuais, dos negros, das diversas etnias.

É completo contra-senso que recursos produtivos sigam drenados para o parasitismo gigantesco dos bancos, o que alastra o desemprego, a precarização completa do trabalho, o aviltamento e desbaratamento da vida humana.

Brasil expressa fracasso gigantesco do capitalismo

É o caso do Brasil, onde 15 bilionários têm mais do que a renda somada dos 100 milhões de brasileiros mais pobres.

O Brasil exemplifica um dos mais completos fracassos mundiais do capitalismo nos últimos 100 anos.

Se o capitalismo não serve aos povos, ainda menos a povos de países estratégicos por suas riquezas, completamente saqueados pelo imperialismo, como é o caso do nosso país, recordista internacional de desigualdade e injustiça social.

Não à toa, para garantir tal grau de espoliação na nossa Pátria, que leva à repressão aberta, a direita brasileira é intrinsecamente golpista, de DNA social antidemocrático, ligada de modo descarado inclusive à carga pútrida do fascismo.

1917 representou o nascimento consistente do socialismo

Hoje, e nos tempos vindouros, mais que nunca é atual a síntese de Engels, popularizada por Rosa Luxemburgo, contra as guerras provocadas pelo capital, contra o desemprego, as injustiças cotidianas e onipresentes, a ameaça de supressão permanente da democracia.

É urgente tomar medidas para salvaguardar a ecologia, impedir a destruição inaudita da natureza, as ameaças à própria vida biológica da espécie humana

Para superar tudo isso, por um mundo de Paz e justiça social, a alternativa é:

“Socialismo ou barbárie”.

(*) Jornalista, colaborador de Resistência

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