Relações China-EUA

O caso do drone americano capturado em águas chinesas

19/12/2016
O navio estadunidense USNS Bowditch

A recente captura de um drone submarino norte-americano pela marinha chinesa nas águas do Mar do Sul da China, tem sido notícia em todo o mundo, tornando-se viral na mídia internacional.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou o desagrado sobre este assunto por meio do twitter, alegando que a China “roubou” o drone americano em “águas internacionais”, acrescentando mais tarde que a China poderia ficar com o mesmo, após a marinha chinesa ter manifestado a vontade de “devolver o veículo apropriadamente aos EUA”.

Nos últimos anos, os EUA têm enviado frequentemente navios e aviões para fazer reconhecimento e pesquisa militar nas águas sob jurisdição chinesa, nas proximidades das ilhas e recifes de Nansha (território chinês)
Usando em sua defesa a “liberdade de navegação”, os EUA provocaram Pequim sobre a situação na região, em várias ocasiões.

Neste caso, os EUA alegam que “a colheita dos dados oceanográficos” realizada nas “águas internacionais” está de acordo com as “leis internacionais”, acusando a China de “capturar ilegalmente” o seu drone submarino.

O drone submarino utilizado pelos EUA em águas chinesas

O drone submarino utilizado pelos EUA em águas chinesas

Segundo as informações reveladas pelo Ministério da Defesa Nacional da China, o navio de resgate chinês, que descobriu o “aparelho não identificado” nas águas sob jurisdição chinesa, tinha a responsabilidade de verificar e identificar o aparelho, a fim de “evitar danos possíveis à segurança da navegação de navios e tripulantes a bordo”.

No assunto supracitado, a China adotou uma “atitude profissional e responsável”, concordando em devolver o drone após a sua identificação.

Contrariamente ao esperado, o exagero unilateral dos EUA sobre este caso foi desfavorável à solução do problema.

O menosprezo do objetivo da utilização do drone nas águas do Mar do Sul da China não consegue encobrir a pretensão real de Washington.

Na verdade, o aparelho é apenas a ponta do iceberg da estratégia militar dos Estados Unidos em relação à China.

Há vários anos que os EUA investigam as águas chinesas com este tipo de drone, considerando-o como um “amplificador da força” da marinha norte-americana e um componente importante da vantagem bélica para com o país asiático.

O USNS Bowditch, que liberou o drone submarino referido, é um navio de pesquisa oceanográfica que tem sido frequentemente avistado nas zonas costeiras da China.

Os atos dos americanos, de recolhimento de informação e “navegação livre” não só podem causar incidentes marítimos e aéreos, como também podem tornar-se um obstáculo à cooperação e ao reforço da confiança mútua estratégica entre a China e os EUA.

Fonte: Diário do Povo on line, edição em português

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