Opinião

O Congresso de todos os venezuelanos

19/02/2016

Desde o começo de 2016 as organizações e movimentos revolucionários da Venezuela se preparam para o Congresso da Pátria, que terá sua plenária nos próximos dias 12 e 13 de abril com o propósito de fortalecer a Revolução Bolivariana.

Por Nicholas Valdés *

O presidente da República, Nicolás Maduro, pediu a esse fórum que faça um chamado à união, diante do complicado cenário econômico do país, marcado pela guerra na qual agem grupos opostos ao governo, assim como pela chegada da direita na Assembleia Nacional (AN).

Ao Congresso foram chamados representantes do povo organizado, forças operárias e camponesas, as correntes populares e movimentos culturais; bem como os deputados e governadores socialistas comprometidos com o desenvolvimento sócio-econômico-produtivo e com a paz no país.

Caminhamos para uma retificação profunda, verdadeira e construtiva, uma rebelião de massas frente às ameaças da oligarquia, disse Maduro. O presidente enfatizou que a proposta deste encontro das forças políticas e revolucionárias surgiu das próprias organizações e movimentos sociais, após as diversas assembleias realizadas nas últimas semanas de 2015.

Na reunião serão avaliados também os pedidos dos porta-vozes dos Conselhos Presidenciais do Poder Popular, depois do revés eleitoral das eleições parlamentares do último 6 de dezembro, nas que a oposição venezuelana conseguiu a maioria no Legislativo.

De acordo com o chefe de Estado, o encontro propiciará a construção de ações e estratégias para fazer frente aos planos da direita, que antecipou uma agenda que pretende solapar as conquistas sociais atingidas nos últimos 17 anos.

Cinco eixos temáticos

As assembleias prévias ao encontro acontecem nos 23 estados e no Distrito Capital, por toda a Venezuela, desde a segunda quinzena de janeiro para gerar propostas que serão debatidas durante a sessão plenária do congresso.

O vice-presidente executivo do país, Aristóbulo Istúriz, afirmou que esses grupos de discussão analisam a realidade política, econômica e social, para chegar à grande reunião com as proposições adaptadas ao atual contexto histórico.

Esses encontros populares debatem sobre cinco eixos temáticos: construção do novo bloco histórico, promover o surgimento de novas formas de organização, criação da nova hegemonia cultural, o novo modelo econômico produtivo e a diversificação das formas de luta.

Istúriz assegurou que a partir deste momento a Revolução Bolivariana entra em uma nova etapa, na qual é necessário ampliar os meios para fortalecer o socialismo e os setores integrados ao processo de mudança.

O Comitê Promotor do Congresso, dirigido pelo deputado Héctor Rodríguez, iniciou em 27 de janeiro passado uma série de reuniões para escutar a opinião de todos os setores envolvidos na organização do encontro.

No entanto, segundo o deputado, que também é o líder da bancada do Grande Polo Patriótico no Parlamento, este não será o único eixo na coordenação de um encontro que está dirigido a toda a sociedade; também foram criados com esses objetivo grupos similares para os jovens e para as Forças Armadas.

Em 2 de fevereiro, durante a comemoração da chegada do comandante Hugo Chávez ao poder em 1999, o presidente Maduro inaugurou o Capítulo Juventude do Congresso da Pátria e empossou seu comitê promotor, liderado pela dirigente bolivariana e ex-candidata a deputada Rodbexa Poleo.

Além de anunciar a ativação do programa econômico especial Juventude Produtiva, o presidente encomendou aos jovens construir um novo ciclo da Revolução Bolivariana, como parte da etapa de renovação do processo socialista.

A incorporação da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) ocorreu apenas dois dias depois, nos atos pelo Dia da Dignidade Nacional, em recordação da rebelião cívico-militar protagonizada por Chávez em 1992.

O Comitê Promotor do Congresso da Pátria de Militares Bolivarianos, sob a coordenação da almirante e atual deputada pelo Partido Socialista Unido de Venezuela, Carmen Meléndez, foi igualmente empossado pelo chefe de Estado.

Trata-se de um poderoso congresso de militares patriotas, bolivarianos, socialistas, revolucionários, anti-imperialistas e profundamente chavistas, e os convoco para que deem um passo à frente para em conjunto avançarmos nas novas batalhas, disse Maduro.

É que o Congresso da Pátria, segundo explicou, apresenta-se como uma oportunidade para o encontro e a reordenação de todas as forças sociais do processo revolucionário na Venezuela, cuja prioridade é defender e proteger no futuro todas as conquistas que o povo atingiu desde o triunfo eleitoral de Hugo Chávez, em 1998.

*Correspondente da Prensa Latina na Venezuela

Fonte: Prensa Latina, Tradução da Redação do Resistência

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