Nicarágua

Onda de violência já matou 173 pessoas na Nicarágua

19/06/2018

A onda de violência desencadeada há dois meses na Nicarágua já acarretou a morte de 173 pessoas, informou nesta terça-feira (19), a Comissão da Verdade, Justiça e Paz, encarregada de esclarecer os fatos ocorridos durante a crise social e política.

Do total de vítimas fatais, 156 eram homens, seis mulheres e 11 menores de idade, segundo dados do informe preliminar que a comissão apresentará esta semana.

Os dados são alarmantes, mas são ainda mais as condições em que morreram as pessoas, disse Jaime Lopez, membro da comissão, durante uma coletiva de imprensa.

‘São fatos dolorosos, a verdade é que sentimos a dor pelos mortos e as famílias nicaraguenses’, afirmou.

A maioria das mortes (95) ocorreram em Manágua, seguida por Masaya (20), Estelí e Chinandega (9), Leon e Matagalpa (8), Região Autônoma da Costa Caribe Norte (7), e os demais em Carazo, Granada, Jinotega, Rio San Juan, Chontales e Região Autônoma do Caribe Sul.

Lopez assinalou que ainda estão investigando as ocupações de todos os mortos, mas até o momento sabe-se que 11 deles eram estudantes universitários, nove secundaristas e igual número de policiais.

Outros sete eram comerciantes, três taxistas, dois jornalistas, o mesmo número de professores e vigilantes e um desempregado, de acordo com a fonte, que manifestou os esforços da comissão para concluir este aspecto da pesquisa.

Para realizar as estatísticas, a comissão teve em conta o informe do Ministério da Saúde, da Polícia Nacional, do Instituto de Medicina Legal, de organismos de direitos humanos e meios de comunicação.

A comissão também expressou preocupação pelo aumento da violência, ao considerar que os atos violentos chegaram a níveis inimagináveis de crueldade e perversidade no último fim de semana, quando assassinaram seis pessoas em um incêndio e dispararam contra outras duas, cujos corpos foram queimados e jogados na rua.

A escalada da violência explodiu em meio a protestos contra reformas governamentais da previdência social, mais tarde revogadas, o que não foi suficiente para conter as manifestações.

De acordo com observadores, tais reformas serviram de pretexto para pôr em marcha um plano dirigido desde o exterior com o objetivo de desestabilizar a nação e provocar a derrubada do governo.

Resistência, com Prensa Latina

Compartilhe: