Opinião

Reeleição de Putin é vitória da nação russa e do mundo multipolar

19/03/2024
MOSCOW, RUSSIA - FEBRUARY 24, 2021: Russia's President Vladimir Putin addresses a meeting of the Board of the Russian Federal Security Service. Alexei Druzhinin/Russian Presidential Press and Information Office/TASS Ðîññèÿ. Ìîñêâà. Ïðåçèäåíò Ðîññèè Âëàäèìèð Ïóòèí âî âðåìÿ âûñòóïëåíèÿ íà çàñåäàíèè êîëëåãèè Ôåäåðàëüíîé ñëóæáû áåçîïàñíîñòè (ÔÑÁ) ÐÔ. Àëåêñåé Äðóæèíèí/ïðåññ-ñëóæáà ïðåçèäåíòà ÐÔ/ÒÀÑÑ

O maciço comparecimento e a votação consagradora em Putin demonstram sua força política e dão maior capacidade para a Rússia construir o mundo multipolar, explica o dirigente comunista José Reinaldo Carvalho

Por José Reinaldo Carvalho (*) – A consagradora vitória de Vladimir Putin ao reeleger-se para mais um mandato à frente da Federação Russa reforça o poder nacional do grande país eurasiático, consolida a influência e a autoridade do chefe de Estado, com maior capacidade para liderar a nação, desafiada por inimigos externos e enfrentando delicados problemas econômicos decorrentes das sanções impostas pelas potências imperialistas ocidentais. O resultado expressa a unidade nacional num momento em que uma das apostas das forças oponentes internas e externas é a fragmentação do país. É também um reconhecimento inequívoco de que o presidente enfrentou e venceu estes desafios, entre eles a estratégia de fomentar “revoluções coloridas” e instrumentalizar intentonas de deposição do chefe do Kremlin.

O maciço comparecimento de mais de 75% do eleitorado e a votação de uma esmagadora maioria (88%) em Putin demonstram a dimensão da sua popularidade e lhe conferem o necessário respaldo para levar adiante a tarefa de construir uma Rússia unida e forte, garantir o crescimento econômico, completar a vitória na operação militar na Ucrânia e desempenhar um papel construtivo no mundo multipolar, ao lado dos países do Brics e do conjunto do Sul Global.

Não surpreende que as potências imperialistas ocidentais, os meios de comunicação a seu serviço e correntes políticas equivocadas de uma falsa esquerda cirandeira tenham expressado insatisfação com o resultado das eleições presidenciais na Rússia. A votação maciça em Putin e a unidade nacional manifestada revelam o completo fracasso das ações políticas, diplomáticas, econômicas e militares do imperialismo estadunidense e seus aliados da Otan de guerrear contra a Rússia tendo como intermediário a Ucrânia.

Além disso, a força da liderança de Putin contrasta com a fragilidade dos governantes no poder nos Estados Unidos e na União Europeia, com seus sistemas políticos decadentes e mergulhados em crise multidimensional.

O que mais desperta a ira desses chefetes dos países imperialistas é que a vitória de Putin nas condições em que foi conquistada ratifica a Rússia como um incontornável fator político e militar no cenário global. A Rússia, sob a liderança de Putin, passou a exercer um papel decisivo na conformação do mundo multipolar, na busca por novos equilíbrios, o que pressupõe a contestação dos atuais esquemas de poder mundial.

Malogrou o empenho das potências imperialistas de impor uma ordem mundial sob seu exclusivo domínio. Tinha razão Vladimir Putin quando afirmou que o colapso da União Soviética foi a “maior catástrofe geopolítica do século 20”. Foi com esta convicção que há mais de duas décadas dedicou-se à missão de reerguer o grande país e reafirmar seu papel como um ator global relevante.

As potências imperialistas reagem porque é óbvio que a vitória de Putin nas eleições presidenciais fortalece a posição da Rússia no cenário internacional e a coloca no proscênio da luta para consolidar o mundo multipolar. Sua permanência à frente do país com tamanho respaldo popular contribui para o equilíbrio de poder no mundo, uma vez que a Rússia é uma das principais potências militares e econômicas, agora com maior força política.

(*) Jornalista, editor do Resistência, presidente do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz. Membro do Comitê Central e da Comissão Politica Nacional do PCdoB, onde coordena a área de Solidariedade Internacional e Paz

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