Oriente Médio

Rouhani acusa EUA de querer mudar regime no Irã

15/10/2018

Os Estados Unidos estão querendo uma “mudança de regime” no Irã, disse o presidente Hassan Rouhani neste domingo (14), acrescentando que o atual governo dos EUA é o mais hostil que a República Islâmica enfrentou em suas quatro décadas.

As tensões aumentaram entre o Irã e os EUA depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou o país de um acordo multilateral sobre o programa nuclear iraniano em maio, dizendo que o pacto estava errado porque não incluía restrições ao programa de mísseis balísticos do Irã ou ao apoio a seus representantes na Síria, Iêmen, Líbano e Iraque.

“Nos últimos 40 anos não houve uma administração mais rancorosa do que a atual do governo dos EUA em relação ao Irã, aos iranianos e à República Islâmica”, disse Rouhani em um discurso transmitido pela TV estatal.

“Houve um tempo em que havia uma pessoa com quem tínhamos inimizade. De resto, todos eram moderados. Agora… os piores se reuniram em torno um do outro”, acrescentou em um discurso que marca o início do ano acadêmico na Universidade de Teerã.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA repetiu sua posição de que quer uma mudança de comportamento no Irã, mas “os Estados Unidos não estão buscando uma mudança de regime”.

Ele disse que Trump expressou disposição de entrar em negociações com o Irã e quer um acordo que cubra também seu programa de mísseis, o apoio ao terrorismo e um “comportamento regional maligno”.

“Nossa esperança é que, em última análise, o regime faça mudanças significativas em seu comportamento”, acrescentou.

Rouhani acusou os norte-americanos de usarem guerra psicológica e econômica e questionar a legitimidade da República Islâmica.

“Reduzir a legitimidade do sistema é o seu objetivo final. Quando eles dizem que querem uma mudança de regime, em suas próprias palavras, como isso acontece? Através da redução da legitimidade, caso contrário um regime não muda.”

Ele usou a expressão inglesa “regime change” (“mudança de regime”) para enfatizar seu argumento.

Resistência, com Reuters

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