Conjuntura internacional

Visita de Xi Jinping ao Oriente Médio e África fortalece cooperação Sul-Sul

30/07/2018

Com a escala nas Ilhas Maurício no último sábado (28), o presidente chinês Xi Jinping encerra sua visita de 11 dias pelo Oriente Médio e África, obtendo como saldo o aumento da cooperação Sul-Sul, a defesa comum do multilateralismo e a rejeição da guerra comercial.

Durante sua viagem de 11 dias, o presidente chinês Xi Jinping realizou visitas de Estado aos Emirados Árabes Unidos (EAU), Senegal, Ruanda, África do Sul e uma visita amistosa a Maurício durante uma escala. Ele também participou da 10ª Cúpula do BRICS em Johannesburgo.

A visita abre nova perspectiva para a cooperação Sul-Sul e promove a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, disse o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.

Fortalecimento dos laços sino-árabes

A visita de Xi aos Emirados Árabes Unidos (EAU) eleva os laços bilaterais a um nível mais alto e dá uma demonstração da cooperação entre a China e os países árabes, disse Wang.

É primeira visita de Xi aos EAU, e a primeira de um chefe de Estado chinês em 29 anos ao país árabe.

Durante a visita, os dois países emitiram uma declaração conjunta sobre o estabelecimento de uma parceria estratégica abrangente, que fornece orientação política e planos gerais para o desenvolvimento das relações bilaterais na próxima fase.

Os dois países assinaram um memorando de entendimento para implementar a Iniciativa do Cinturão e Rota, e decidiram combinar suas estratégias de desenvolvimento e fortalecer comunicação em políticas industriais.

A China e os EAU acelerarão o estabelecimento da primeira bolsa internacional do Cinturão e Rota em Abu Dabi, que fornecerá serviços financeiros para a construção do Cinturão e Rota no Oriente Médio e na região do Golfo.

No início deste mês em Pequim se realizou a 8ª reunião ministerial do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, no qual a China e os países árabes concordaram em estabelecer uma “parceria estratégica orientada ao futuro de cooperação abrangente e desenvolvimento comum”.

Xi disse na reunião que a China está disposta a se juntar com os Estados árabes para construir o Cinturão e Rota e uma comunidade com um futuro compartilhado para a China e os países árabes.

A visita de Xi aos EAU é uma interpretação vívida e um roadshow bem-sucedido da política chinesa sobre países árabes, disse Wang.

Aprofundamento da amizade China-África

Xi atribuiu grande importância às relações China-África. Ele escolheu a África como o destino de sua primeira visita ao exterior tanto depois que ele foi eleito pela primeira vez presidente chinês em 2013 como depois de sua reeleição neste ano.

A China e a África são parceiros sinceros em seu caminho de desenvolvimento e aliados naturais em assuntos internacionais, disse Wang.

Durante sua viagem africana, Xi assinalou que é escolha estratégica de longo prazo e firme da China desenvolver laços com países africanos.

Não importa como a situação internacional mude, a China continuará a manter sua política africana e o conceito de sinceridade, resultados concretos, afinidade e boa fé, a defender a justiça e buscar interesses compartilhados, promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado China-África com laços mais próximos, a fim de alcançar cooperação de benefício mútuo e desenvolvimento comum, disse Xi.

Durante a viagem, a China e as quatro nações africanas visitadas por ele concordaram em fortalecer o alinhamento de suas estratégias de desenvolvimento, aproveitar melhor suas complementaridades econômicas e expandir a cooperação.

Outro resultado importante da viagem africana de Xi é a assinatura de documentos de cooperação com respeito à Iniciativa do Cinturão e Rota. O Senegal e Ruanda assinaram respectivamente memorandos de entendimento sobre a Iniciativa com a China, e Maurício chegou a um acordo com a China para assinar o convênio de cooperação sobre a iniciativa o mais breve possível.

O Senegal é o primeiro país no Oeste Africano a assinar um documento de cooperação do Cinturão e Rota com a China, e espera-se que isto tenha um efeito de direção na região, disse Wang.

Durante sua visita, Xi e seus anfitriões africanos presenciaram a assinatura de cerca de 40 documentos de cooperação, acrescentou.

Em todas as paradas de sua viagem africana, Xi recebeu grandes cerimônias de boas-vindas realizadas pelos governos e foi recebido com hospitalidade excepcional pelos povos locais, o que é uma prova válida de que o papel da China na África não é em absoluto de neocolonialismo, segundo o ministro chinês das Relações Exteriores.

Expande-se a cooperação do BRICS

Durante sua visita à África do Sul, Xi participou da 10ª Cúpula do BRICS em Johannesburgo, que abriu a segunda “Década Dourada” para a cooperação do BRICS.

A cúpula do bloco de economias de mercado emergente, reuniu de 25 a 27 de julho os líderes de seus países membros – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – para discutir modos de buscar desenvolvimento e prosperidade comuns em meio a novos desafios globais.

Ao discursar no Fórum de Negócios do BRICS durante a cúpula, Xi disse que a próxima década será crucial, em que novos motores de crescimento global substituirão os antigos, e que esta verá mudanças mais rápidas no panorama internacional e no alinhamento internacional de forças e presenciará uma reforma profunda do sistema da governança mundial.

Xi também pediu a construção de uma economia aberta, rejeitando o unilateralismo e o protecionismo, impulsionando intercâmbios internacionais e cooperação em inovação, aliviando o impacto da aplicação da tecnologia de informação, automatização e tecnologia inteligente nas indústrias tradicionais, assim como buscando o crescimento inclusivo para trazer benefícios a pessoas de todos os países e promover o desenvolvimento e a cooperação internacionais.

Ele também pediu a defesa do multilateralismo, o apoio ao regime de comércio multilateral e a plena observação das regras internacionais adotadas de modo coletivo.

“Uma guerra comercial deve ser rejeitada, porque não deixará nenhum vencedor. A hegemonia econômica é até mais censurável, pois prejudicará os interesses coletivos da comunidade internacional; aqueles que seguem este curso apenas acabarão se machucando”, disse Xi, em resposta ao crescente unilateralismo e protecionismo comercial.

A cúpula de Johannesburgo rendeu resultados frutíferos, com os países do BRICS confirmando criar uma parceria na nova revolução industrial.

O estabelecimento de tal parceria se tornará um projeto principal que impulsionará a cooperação entre os países do BRICS, disse Wang.

Além disso, ele disse que a Declaração de Johannesburgo expressou a determinação do bloco de buscar o desenvolvimento comum, preservar igualdade e justiça, aderir ao multilateralismo e melhorar a governança mundial, injetando energia positiva para o mundo em meio a grandes incertezas.

A Cúpula do BRICS também convidou outros países em desenvolvimento, incluindo outras economias de mercado emergente e outros países africanos, a participar do diálogo “BRICS Plus”, expandindo mais o círculo do BRICS e fortalecendo a parceria entre o BRICS e países africanos, acrescentou Wang.

Foi uma visita histórica durante a qual a China fortaleceu a cooperação estratégica com países em desenvolvimento e economias emergentes. Esta visita terá influência significativa e positiva na transformação do panorama internacional e no progresso da humanidade, disse.

Resistência, com Diário do Povo

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