Colômbia

A paz na Colômbia em seu momento mais crítico, adverte a FARC

10/04/2018

A FARC declarou nesta terça-feira (10) que com a prisão do dirigente do partido Jesús Santrich o processo de paz na Colômbia chegou ao seu ponto mais crítico e ameaça ser um verdadeiro fracasso. Em coletiva de imprensa nesta capital, o Conselho Político Nacional da Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou que a detenção de Santrich faz parte de um plano orquestrado pelo governo dos Estados Unidos com a participação da Promotoria colombiana.

O ex-chefe da delegação guerrilheira negociadora da paz, Iván Márquez, afirmou que a montagem jurídica tramada ameaça se estender sobre toda a ex-direção fariana com o fim de decapitar a direção política do Partido.

Santrich, que também fez parte da delegação de paz em Havana e foi eleito como congressista da FARC a partir de julho próximo, foi detido pela Promotoria ontem pelo suposto crime de narcotráfico.

Depois de sua prisão, o presidente Juan Manuel Santos afirmou em pronunciamento televisivo que a Promotoria tinha provas da acusação e que se depois do devido processo a Corte Suprema de Justiça referendar a decisão da promotoria, não hesitará em extraditá-lo aos Estados Unidos.

Nas declarações à imprensa local e internacional nesta terça-feira, a direção da FARC comentou que o ocorrido responde também à necessidade de fabricar um pretexto para justificar a fracassada “guerra contra as drogas”.

“O pretexto não podia ser outro que o de prolongar acusações sobre nossas supostas atividades criminosas, para impedir também o conquistado direito à participação política, incluída a representação no Congresso”, expressou Márquez.

O dirigente da FARC, que esteve acompanhado na coletiva de imprensa de uma ampla representação da direção do partido, transmitiu a Santrich a solidariedade do coletivo e o apoio à greve de fome que iniciou.

“Conhecemos sua vontade de aço. Nosso apoio à greve de fome que começou e ao seu chamado a que seja acompanhado pelos prisioneiros e prisioneiras de guerra que ainda se encontram nos cárceres do regime”.

A prisão do dirigente da ex-guerrilha é também uma péssima mensagem aos ex-combatentes que hoje se encontram nos Espaços Territoriais de Capacitação e Reincorporação, alertou Márquez.

É indiscutível que se pretende forçar a dispersão do processo de paz para justificar a continuidade da violência, apontou, após pedir aos ex-guerrilheiros para que mantenham a calma e não aceitem provocações.

A FARC chamou à solidariedade de todos os setores sociais e pediu ao presidente do país uma reunião urgente.

Também solicitou a Cuba e Noruega como países garantidores, à Missão da ONU na Colômbia e à União Europeia reunião urgente e o apoio de toda a comunidade internacional no acompanhamento à manutenção da paz.

Fonte: Prensa Latina

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