Geopolítica

China adverte EUA sobre presença militar em suas águas territoriais

07/06/2018

A China respondeu com diplomacia e firmeza às movimentações dos Estados Unidos em suas águas territoriais

A passagem de um navio de guerra estadunidense pelo estreito de Taiwan não contribuirá para a melhoria da atual situação e pode provocar mais ações de Beijing, segundo os analistas da parte continental da China.

“Os EUA devem lidar prudentemente com a questão de Taiwan para evitar danos às relações bilaterais, à paz e à estabilidade na região do Estreito de Taiwan”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, na terça-feira (5).

“A questão de Taiwan é a mais importante e sensível nas relações China-EUA”, disse Hua, em resposta à notícia da Reuters, que informa que os EUA estavam considerando enviar um navio de guerra através do Estreito de Taiwan.

Os EUA examinaram os planos da passagem de um porta-aviões, mas não irão prosseguir, presumivelmente por consideração pela China, reiterou uma autoridade dos EUA.

“Os EUA sentem vontade de ajudar Taiwan, agora que a região se depara com uma maior pressão por parte de Pequim e cada vez mais países a cortarem as suas ‘relações diplomáticas’ com Taiwan”, disse Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade de Fudan.

Mas esta decisão dos EUA pouco contribuirá para ajudar Taiwan, já que a ilha é apenas uma carta para intimidar a China, disse Wu, acrescentando que qualquer provocação pode exigir a resposta de Beijing.

“A questão de Taiwan é uma linha que não pode ser tocada ou ultrapassada”, disse o Tenente-general He Lei, vice-diretor da Academia de Ciências Militares do Exército de Libertação Popular (ELP), no Diálogo Shangri-La deste ano, em resposta aos comentários do Secretário de Defesa dos EUA, James Mattis.

He ressaltou que “o ELP tem a determinação, confiança e capacidade de salvaguardar a soberania, a união e os interesses do desenvolvimento da China”.

O Ministério da Defesa alertou em novembro que realizaria exercícios militares frequentes na área.

“A fação pró-independência de Taiwan não tem escolha a não ser buscar a ajuda dos Estados Unidos, Japão ou até mesmo da Índia”, afirmou Wu Yaming, especialista em relações entre os dois lados do estreito, ao Global Times.

Wu referiu que os EUA e a China devem pôr termo ao crescente antagonismo sobre a questão de Taiwan, uma vez que “a ilha será reunificada mais cedo ou mais tarde, e isto não será influenciado por uma decisão dos EUA”.

Na quarta-feira (6), a China exigiu que os Estados Unidos cessem as provocações e o sensacionalismo sobre a chamada militarização do Mar do Sul, depois de advertir que esses atos podem acarretar sérias consequências.

Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse em coletiva de imprensa que seu país não se intimida com o deslocamento de bombardeiros e navios de guerra estadunidenses, pelo contrário, seguirá adiante com as medidas necessárias para defender sua soberania nacional com maior firmeza.

A porta-voz criticou os Estados Unidos e exigiu uma explicação pelo envio na terça-feira de dois navios B-52 às proximidades do Mar do Sul da China em nome da liberdade de navegação.

“Devemos ficar sem aumentar a vigilância e fortalecer a capacidade de alerta e defensiva para confrontar quem frequentemente nos desafia com armas em nossa própria porta?” – questionou Hua.

A porta-voz também ressaltou que nenhuma dessas ações impedirá que a China cuide da manutenção da paz e da estabilidade na região.

O deslocamento dos bombardeiros B-52 é o último na saga de incursões bélicas que os Estados Unidos realizam sem permissão em águas chinesas desde o início deste ano.

Na semana passada, a China anunciou que reforçará a capacidade defensiva das forças Aérea e Naval para se contrapor a esses movimentos, os quais considera prejudicial para a confiança entre os exércitos dos dois países e o bom ordenamento do espaço marítimo.

Resistência, com Diário do Povo e Prensa Latina

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