Opinião

Diplomacia presidencial de Lula é indispensável ao desenvolvimento nacional e à paz mundial

26/06/2023

A diplomacia presidencial tem tudo a ver com os interesses nacionais e a grande política, escreve o dirigente comunista José Reinaldo Carvalho

Por José Reinaldo Carvalho (*) – As viagens internacionais do presidente Lula, inclusive a que termina nesta sexta-feira (23), têm gerado debates acalorados sobre seu propósito e importância para o país. A presença de Lula no mundo representa uma estratégia diplomática genuína ou é simplesmente manobra política para afirmação pessoal em seu terceiro período presidencial? Ou, pior, seria uma “fuga para o alto” num quadro de maior complexidade dos problemas políticos internos, como pretendem alguns? Há os que defendem que o chefe do Executivo se dedique apenas às miudezas de uma articulação política rebaixada, submetendo-se às questiúnculas e demandas fisiológicas do presidente da Câmara.

A diplomacia presidencial tem tudo a ver com os interesses nacionais e a grande política, com repercussão no mundo e no próprio cenário interno. É positivo para o país, não só como imagem, mas pelos resultados concretos, que Lula faça bom e produtivo uso da sua vasta experiência em política internacional, adquirida durante seus dois mandatos presidenciais. Durante seu governo, ele estabeleceu relações estreitas com diversos líderes mundiais e promoveu uma agenda de cooperação e integração regional. Essa experiência o torna um interlocutor respeitado no cenário internacional. O peso geopolítico do país aumenta com o ativismo internacionalista do presidente e eleva a relevância do Brasil. Não é alheio aos interesses nacionais se o mundo caminha na direção da paz ou da guerra, da solução política dos conflitos mundiais ou do recurso aos meios de confrontação, da harmonia e equilíbrio ou da anarquia, do multilateralismo ou da imposição da vontade dos poderosos, em detrimento das nações mais vulneráveis, do domínio hegemônico de uma superpotência imperialista ou da multipolaridade. Se o posicionamento justo em face de tais disjuntivas não tivesse importância, a Constituinte de 1988 não teria escrito o Artigo IV da Carta Magna.

Para uma análise judiciosa das viagens de Lula ao exterior, é importante considerar os ganhos econômicos e geopolíticos que o Brasil pode obter. As viagens de Lula podem abrir portas para a atração de investimentos estrangeiros ao Brasil. Com suas missões no exterior, Lula promove o país como um destino atrativo para investimentos. Isso pode resultar na criação de empregos, transferência de tecnologia e desenvolvimento de setores estratégicos da economia brasileira, além de abrir caminhos para ampliar e diversificar o comércio, impulsionando as exportações.

As viagens presidenciais podem ter um impacto significativo na percepção internacional do Brasil e na sua posição geopolítica, fortalecer a imagem do país como um ator relevante no cenário global e contribuir para a defesa de seus interesses em fóruns internacionais. Além disso, o Brasil pode tornar-se um fator de peso na ação internacional em questões ambientais e sociais, reforçando a posição ão do país como um defensor do desenvolvimento sustentável e da justiça social.

Pode-se agregar a tudo isso, o exercício da solidariedade internacional aos povos e nações ameaçados de golpes, intervenções e guerras, porque torna mais nítido o caráter progressista do governo.

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