Opinião

FHC, o de sempre

20/06/2019

O dirigente comunista José Reinaldo Carvalho comenta o conluio dos chefes da Operação Lava Jato Sérgio Moro e Deltan Dallagnol com o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, agraciado pelo ex-juiz hoje ministro do governo de extrema-direita. FHC será sempre cobrado pela história por seus atos de traição nacional, diz Reinaldo

Por José Reinaldo Carvalho (*)

Quem o buscou para apoio eleitoral no segundo turno ou recentemente para formar a frente ampla, assim grafada em minúsculas, que coma o pó do arrependimento.
A migração de FHC para o lado de lá é tão antiga que será necessário sempre consultar os manuais históricos para situar cronologicamente o momento em que ocorreu, passando o sociólogo a integrar as forças reacionárias brasileiras.

Desde o desonroso momento em que se sentou na cadeira do Ibirapuera para ser dias depois humilhado pelo pitoresco Jânio?

Desde a fundação do PSDB, cujo corpo já trazia o DNA da traição nacional em nome da falsa ética e uma defesa trôpega da democracia? Desde o governo Itamar, a quem usurpou e traiu?

Desde que na Presidência da República pediu que esquecessem o que escreveu em nome de uma adesão aos planos do imperialismo estadunidense para impor aqui os dogmas do Consenso de Washington e os ditames da globalização liderada por Clinton?

HC se apoiou na entourage do PSDB e do PFL que lhe serviu uma caterva de sequazes para se esbaldar em entreguismo e corrupção no exercício do governo.

Os tucanos, sob sua liderança, associados ao PFL, fizeram o pior governo da história republicana antes de Temer e Bolsonaro.

Na era Lula (2003-2016), FHC liderou na surdina todas as urdiduras do golpe. Por inveja, segundo a sábia psicologia popular do líder petista, por ideologia e linha política conservadora e entreguista, se observado desde a ótica que compara projetos em confronto.

No pós-Lula, FHC foi o de sempre, foi sempre FHC. Fez a oposição dos torpes e no momento mais trágico da vida nacional contemporânea foi anti-Lula até o fim, apoiando seus algozes.

FHC, o de sempre, não podia receber menos que o prêmio agora revelado pelo Intercept.

Agraciado por Moro, proclamado como colaborador do falso juiz. A História sempre cobrará a FHC, pelos seus atos de traição nacional.

(*) Jornalista, editor da Página da Resistência, integrante do projeto Jornalistas pela Democracia

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