Geopolítica

Rússia denuncia intervenção ocidental nos Bálcãs

10/12/2018
KOC06. BELGRADO (SERBIA), 21/02/2018.- El ministro de Asuntos Exteriores ruso, Sergei Lavrov, habla durante una rueda de prensa conjunta con el presidente serbio, Aleksandar Vucic (fuera de cuadro), hoy, miércoles 21 de febrero de 2018, en Belgrado (Serbia). Lavriov se encuentra en Serbia por una visita oficial de dos días. EFE/KOCA SULEJMANOVIC

A Rússia denunciou na sexta-feira (7) a “perigosa” intervenção da União Européia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos assuntos internos dos países balcânicos.

A Rússia manifesta sua preocupação pelo aumento dos esforços da Otan e da UE para a assimilação da região balcânica, indicou o ministro de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov.

Tudo isso leva à instabilidade da própria Europa, considerou Lavrov, em declarações ao jornal grego Efimerida Sindakton.

As nações balcânicas são colocadas perante a falsa disjuntiva de estar com Moscou, por um lado, ou com Washington e Bruxelas, por outro, afirmou o diplomata russo, em alusão ao caso da Macedônia e Montenegro, candidatos a fazer parte da Otan.

“Essas ações só levam a uma maior instabilidade da arquitetura de segurança da Europa, ao aumento da tensão e ao aparecimento de novas linhas de polarização”, declarou o chanceler russo.

Assim, o regime de protetorado imposto à República ex-iugoslava da Bósnia e Herzegovina, onde está em vigor um complicado sistema de presidência rotativa de suas três grandes comunidades, impede o desenvolvimento da região, considerou.

O representante especial da UE para a Bósnia e Herzegovina estabelece um regime de protetorado que impede o processo de reconciliação e o cumprimento do acordo de paz, apesar de ser esse representante europeu que deveria ser a garantia desses processos, apontou Lavrov.

Agora pretendem deslegitimar as eleições realizadas na Bósnia e, principalmente, criar um estado de opinião que coloque em dúvida a vitória do líder dos sérvio-bósnios Miroslav Dodic, declarou Lavrov.

O representante especial e enviado da UE tem direito de anular decisões dos órgãos executivos e legislativos de todas as instâncias da Bósnia e Herzegovina.

Além disso, esse enviado da UE pode destituir autoridades de qualquer nível, incluindo membros do parlamento e o presidente da República Srpska. Essas decisões de nenhuma forma podem ser revogadas. A Republika Srpska é uma das duas entidades constitucionais que constituem a Bósnia e Herzegovina. A outra é a Federação da Bósnia e Herzegovina.

Especialistas recordam que nos acordos de Dayton, assinados em 1995 para acabar com o conflito na referida região entre sérvios, croatas e muçulmanos bósnios, em nenhum momento se falava de tais prerrogativas, que foram estabelecidas depois.

Resistência, com Prensa Latina

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