Opinião

Venezuela  – Perto da verdade nas urnas

17/05/2018

A campanha presidencial na Venezuela chega nesta quinta-feira (17) ao seu último dia, preâmbulo do compromisso histórico do povo venezuelano, no domingo, 20 de maio.

Por  Luis Beatón

Em 22 de abril passado, começou a campanha para as eleições presidenciais e Conselhos Legislativos Regionais, em que mais de 20 milhões de venezuelanos são chamados a participar, em mais de 14 mil centros de votação.

Nesta quinta-feira, 17, é declarado o silêncio eleitoral, após as duas horas, para que os eleitores reflitam e valorizem as propostas dos quatro candidatos em disputa ao Palácio de Miraflores, sede do governo.

Antes, porém, os candidatos enfatizaram suas mensagens em comícios, declarações e reuniões com a mídia, cobrindo o mais transparente e auditado processo eleitoral do mundo, de acordo analistas, ainda que, simultaneamente, o mais atacado, pelo que seus resultados implicam para a América Latina.

Duas correntes medem força, a direita apoiada pelos Estados Unidos e seus aliados, e a esquerda, vista como a esperança de milhões de pessoas que aspiram a um mundo melhor.

O líder do partido Esperança pela Mudança, Javier Bertucci, (de direita), de quem se comenta o passado obscuro, ligado ao escândalo conhecido por Papers Panamá e negócios ilícitos que o levaram à justiça, reiterou que manteve conversações com os setores estrangeiros, incluindo estadunidenses e europeus, com quem canalizaria a “ajuda humanitária”.         ‘

É a mesma “ajuda” que abriria um canal “humanitário”, preparado por adversários da pátria de Simón Bolívar, para mascarar uma agressão, como denunciado pelas autoridades.

Bertucci declarou que, se eleito, eliminará o Carnê da Pátria, um mecanismo criado pela Revolução Bolivariana para proteger os venezuelanos da guerra econômica.

O instrumento é o alvo hoje de uma campanha de mídia internacional porque “serve ao governo para levar ajuda ao povo, vítima de agressão econômica”, lembraram os líderes do governo.

Em um longo artigo sobre o assunto, o jornal The New York Times critica a eliminação do benefício, porque permite que os venezuelanos recebam serviços sociais.

Na prática, esse instrumento social, como enfatiza o jornal, é a única maneira que milhões de venezuelanos têm de mitigar “o impacto da grave crise humanitária e econômica que aflige o país”.

Por sua parte, o líder opositor da Aliança para a Mudança, Movimento ao Socialismo e Copei, representados por Henri Falcon, insiste em dolarizar a economia e privatizar empresas, o que mostra sua ânsia de agradar os inimigos do governo popular bolivariano.

Em contraponto a essas ações, as forças populares e de esquerda comprometeram-se a consolidar os benefícios conquistados em relação à moradia, educação e outros serviços sociais, apesar da sistemática agressão externa.

Destaca-se, neste campo, o Movimento Somos Venezuela, que ratificou seu compromisso em marchas por todo o país, para promover os mecanismos de proteção social fornecidos pelo Estado venezuelano, através do Carnê da Pátria.

Em um ato de campanha, a secretária-geral da organização, Delcy Rodriguez, declarou que os membros deste movimento “nos dão esperança de que um outro mundo é possível”, em oposição às aspirações da direita, de fazer a abertura do país às transnacionais e àqueles que pretendem impor relações de tutela definidas na Doutrina Monroe dos EUA, enfatizou a dirigente.

Nesta quinta-feira, 17, no culminar da campanha eleitoral, as forças de esquerda “testarão sua força”, porque centenas de milhares de pessoas estão sendo mobilizadas, de várias partes de Caracas, para marcharem na Avenida Bolívar, em apoio ao candidato da Frente Ampla da Pátria, o Presidente Nicolás Maduro.

Será uma mobilização para “tomar a Avenida Bolívar e as sete avenidas” para rememorar o grande apoio popular, sem precedentes na Venezuela, recebido em 04 de outubro de 2012 pelo Comandante Hugo Chávez, quando participou de sua última eleição, enfatizaram os organizadores.

Fonte: Prensa Latina, tradução de Maria Helena De Eugênio para o Resistência

 

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