Iêmen

Uma criança morre a cada dez minutos no Iêmen – Alerta Nações Unidas

03/07/2018
Foto: MOHAMMED HAMOUD-GETTY IMAGES

Uma criança iemenita morre a cada dez minutos e um entre quatro menores sofre de desnutrição aguda, denunciou nesta terça-feira (3) a diretora-executiva da Unicef, descrevendo ainda a situação no país como “a pior crise humanitária atual”.

Desde março de 2015 uma coalização de monarquias reacionárias árabes, liderada pela Arábia Saudita e com apoio dos Estados Unidos, ataca o Iêmen, com o pretexto de combater rebeldes houthis.

“Estamos a falar de um país onde 8,4 milhões de pessoas, dos 22 milhões que possui, estão a ponto de cair de inanição. Um país onde a cada dez minutos uma criança morre”, declarou a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef), Henrietta H. Fore, numa conferência de imprensa em Genebra depois de regressar do Iêmen.

Henrietta H. Fore explicou que uma em cada quatro crianças sofre de desnutrição aguda e que as sequelas serão para o resto da vida.

“O conflito incessante no Iêmen empurrou para o abismo um país que já estava numa situação desesperadora. Os serviços sociais mal funcionam. A economia está em ruínas, os preços dispararam. Os hospitais sofreram graves danos, as escolas transformaram-se em refúgios ou foram ocupados por grupos armados”, sublinhou.

A diretora-executiva disse que em Hudeida a situação é ainda mais desesperada do que antes, já que há novos combates para retomar a cidade das mãos dos rebeldes hutis.

“Em muitos lugares da cidade a eletricidade não está disponível, a distribuição de água foi interrompida, os preços aumentaram de forma considerável, tudo, os grãos, o combustível para cozinhar e há 200 mil crianças que estão numa situação desesperadora”, disse.

Lembrou que um dos principais problemas está no fato de os serviços básicos terem sido completamente interrompidos, uma vez que os funcionários públicos dos setores da saúde e educação não recebem os seus salários há meses ou mesmo anos.

“E apesar disso, há casos heroicos de professores, médicos e enfermeiras que vão trabalhar porque sabem da importância do seu trabalho”, adiantou.

Em relação ao surto de cólera, a funcionária da Unicef disse que, por enquanto, os casos permanecem estáveis, não aumentam, mas também não diminuem.

Com Agências

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