Violência contra a mulher

Violência de gênero continua causando danos na Argentina

10/01/2017

A violência de gênero e os feminicídios constituem um fenômeno que atinge fortemente a Argentina, causando nos últimos 100 dias 133 assassinatos.

O advogado Julio Torrada, do Instituto Wanda Taddei, declarou ao jornal Diário Popular que “um dos maiores problemas é que há muitos políticos e funcionários envolvidos que fazem turismo com a violência de gênero”.

Apesar das manifestações massivas, das denúncias e das campanhas, o fenômeno do assassinato de mulheres continua no país e os números são realmente preocupantes. Torrada afirmou que “há uma reação machista, com maior ferocidade e violência extrema, que se pode observar claramente na quantidade de feminicídios cometidos desde outubro, com um lamentável recorde de feminicídio a cada 18 horas”.

“Temos que deixar de olhar para o outro lado, já que já mulheres que perdem o medo saem de seu isolamento e conseguem pedir ajuda, mas não estão lhes fornecendo a partir do Estado as ferramentas de proteção necessárias e, é preciso dizer, estão mantando-as”, acrescentou.

O especialista ressaltou a necessidade de um plano integral de abordagem e disse que no Instituto Wanda Teddei, como em outros, há mulheres que denunciam, interpelam seus agressores e são ameaçadas pelos sujeitos com toda a impunidade justamente por pedir ajuda.

Ele detalhou que o instituto tem trabalhado fortemente em duas frentes, a capacitação de pessoas para que se tornem acompanhantes das vítimas em seus territórios e a ajuda a mulheres que habitam em zonas rurais, publicou o Diário Popular.

Torrada explicou que em 2016, só na província de Buenos Aires, foram feitas cerca de 420 denúncias de mulheres violentadas que conseguiram romper o muro do silêncio. A Argentina atravessou no ano passado uma das fases de maior violência contra as mulheres com mais de 235 vítimas fatais, sem contar denúncias por maus tratos e agressões. Na Argentina, o índice desse tipo de assassinato é de 1 a cada 30 horas.

Resistência, com Prensa Latina; tradução de Luci Nascimento

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