Solidariedade

Missão de diplomacia popular, paz e solidariedade à Síria

06/11/2018
sdr

O Conselho Mundial da Paz (CMP) e a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) conduziram uma Missão Internacional de Solidariedade à Síria, entre 29 e 31 de outubro.

Delegados de 55 entidades de 37 países realizaram uma Conferência Internacional e foram recebidos por autoridades e representantes sindicais, estudantis e partidários, inclusive o presidente da Assembleia Popular, Hammouda Sabbagh, e o presidente da República, Bashar Al-Assad, quando receberam informações em primeira mão.

Os anfitriões das atividades foram o Conselho Nacional do Movimento Sírio de Defensores da Paz e a União Nacional de Estudantes Sírios, membros do CMP e da FMJD, respectivamente. A missão de solidariedade é a segunda realizada em conjunto entre as organizações e há muito constava do plano de ações, pendente do momento oportuno.

Na mesma ocasião, o CMP, também como gesto de solidariedade, realizou na capital síria a reunião do seu Comitê Executivo, na qual 28 organizações nacionais – inclusive o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), representado pelo presidente Antônio Barreto, a diretora executiva Moara Crivelente e a diretora do núcleo da Bahia, Maria Ivone Souza – reforçaram seu compromisso com o apoio às lutas dos povos por sua soberania nacional, pela libertação e a paz.

Durante a visita conjunta, os delegados do CMP e da FMJD foram recebidos pelo reitor da Universidade de Damasco, Mohammad Maher Qanakibi, por ministros da Educação e do Turismo e pela liderança do Partido Árabe Socialista Baath, da União Nacional de Estudantes Sírios e da Federação Geral de Sindicatos, entre outros. Também deram declarações à mídia (à agência de notícias síria e TV Sana, à emissora Al-Mayadeen, à russa Tass, à latino-americana TeleSur e outras locais) e uma coletiva de imprensa em que a presidenta do CMP, Socorro Gomes, o presidente da FMJD, Iakovos Tofari, o secretário-executivo do CMP, Iraklis Tsavdaridis, e o secretário-geral da FMJD, Laudert Lopez, responderam perguntas e informaram sobre a missão.

Os delegados também visitaram a cidade de Sednaya, nas montanhas ao norte de Damasco, e o Memorial do Soldado Desconhecido, na capital, onde prestaram homenagem aos combatentes e resistentes sírios.

Em 30 de outubro, as entidades realizaram uma Conferência Internacional de Solidariedade ao Povo e à Juventude Síria na Universidade de Damasco, que contou com a participação de cerca de 400 estudantes sírios. Uma resolução conjunta de solidariedade reforçou o compromisso do CMP e da FMJD com o apoio à luta do povo sírio em defesa da soberania e em busca da paz.

Na conferência, a presidenta do CMP Socorro Gomes expressou a convicção de todos os membros da organização de que é iminente a vitória do povo sírio contra a ofensiva imperialista e os grupos terroristas que esta utiliza, e que o acúmulo de conquistas recentes é uma inspiração para todos os povos em luta contra a agressão estrangeira, a dominação e a ingerência.

As autoridades sírias afirmaram o compromisso do governo e do exército com a defesa da soberania nacional e a estabilização do país e reforçaram sua disposição por uma solução negociada e pela reconciliação com a oposição, desde que tais esforços não sejam condicionados pela ingerência externa nos assuntos domésticos da Síria. Este foi um dos pontos ressaltados pelo presidente Bashar Al-Assad em reunião com os delegados no dia 31 de outubro, onde vários participantes tiveram oportunidade de fazer comentários e apresentar questões, respondidas com importantes informações pelo presidente.

O chanceler Walid Muallem informou sobre as recentes iniciativas diplomáticas, como os Acordos de Astana e os diálogos de Istambul, reafirmando que a Síria não aceitará interferências e denunciando a permanência de tropas dos EUA e da Turquia no país à revelia da vontade do povo e do governo sírios. Muallem rechaçou também a campanha midiática que busca justificar a intervenção e derrubar o governo legítimo de Bashar Al-Assad. O ministro respondeu a várias perguntas dos participantes e comentou sobre a relação do seu país com os países de cada um dos delegados que usaram a palavra.

Em diversos momentos, as delegações tiveram a oportunidade de afirmar seu apoio à luta do povo sírio, receber informações e observar a situação, para seguirem colaborando para desvendar os pretextos disseminados através da ampla desinformação sobre a crise no país.

As organizações têm denunciado que o objetivo das potências imperialistas, sobretudo dos EUA, mas também de aliados da Otan e na região, como Israel, Turquia e as monarquias do Golfo, é promover a derrubada de um governo legítimo mesmo que para isso imponham o sofrimento generalizado à população.

A guerra na Síria já dura sete anos, com a participação de grupos terroristas e mercenários provenientes de mais de 80 países, enquanto as lideranças dos países patrocinadores da guerra e a mídia a seu serviço buscam justificar a intervenção com pretextos humanitários diante da crise inflamada por sua própria interferência. Milhares de sírios já foram mortos e cerca de 5,6 milhões buscaram refúgio em outros países desde 2011, segundo a agência da ONU para os refugiados, além dos 6,6 milhões forçados a se deslocar internamente em busca de segurança.

As autoridades sírias reafirmaram seu compromisso com a construção da paz e a reconciliação nacional soberana e justa, e comemoraram a possibilidade que o acúmulo de vitórias traz para o restabelecimento da normalidade. Entre elas estão o retorno de milhares de refugiados e a reconstrução da infraestrutura iniciados mesmo antes da vitória final, para garantir as condições essenciais de vida e segurança no país, exponencialmente acelerados.

Fonte: Cebrapaz

Compartilhe: