ONU

Venezuela levanta a voz na ONU pela paz mundial com justiça social

24/09/2016

“Chegou a hora inadiável da paz com justiça social. Mudemos o sistema e sejamos militantes verdadeiros da paz”, disse nesta sexta-feira (23) a ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, durante sua intervenção no debate geral do 71º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

Para isso – afirmou – é necessário avançar para reverter o modelo capitalista, que considerou como uma “fórmula mortal para a paz”, já que sua expansão está marcada pela “violência letal”, a qual gerou no mundo centenas de vítimas, ao que se soma o aprofundamento das desigualdades.

“O capitalismo ameaça gravemente o futuro da humanidade”, advertiu a chanceler em seu discurso, ao tempo em que assinalou que nesse sentido a Venezuela se declara “em luta permanente contra o sistema capitalista, reprodutor da pobreza, da violência e da infelicidade”.

O capitalismo “é um modelo que se sustenta na violência e transforma a paz em uma longínqua aspiração da humanidade”, acrescentou.

A porta-voz da política externa do governo bolivariano denunciou o aumento dos gastos militares no mundo. Mostrou que os Estados Unidos lideram esses gastos “para financiar suas guerras e agressões imperiais” e destacou que a isso se soma o investimento que o governo estadunidense faz para manter as 800 bases militares que tem instaladas no mundo, cujo custo é próximo dos 100 bilhões de dólares por ano.

“Não sem razão, em 1968 Martin Luther King disse que os Estados Unidos são o maior exportador de violência no mundo”, citou a chanceler venezuelana, e indicou que para justificar essa violência Washington faz campanhas midiáticas nas quais difunde a mentira para justificar invasões como as ocorridas no Iraque, Afeganistão e a agressão contra a Síria.

Nesse sentido, alertou a comunidade internacional que a Venezuela “foi escolhida como novo alvo imperial para vulnerar sua soberania”, com o objetivo de “apropriar-se ilegitimamente e violentamente dos imensos recursos naturais estratégicos que possuimos”. Para tal fim, pretendem reproduzir as estratégias das campanhas midiáticas e alentar grupos violentos dentro do país, denunciou.

Refundação das Nações Unidas

Igualmente, a chanceler da Venezuela reiterou que a refundação do Sistema das Nações Unidas é uma necessidade inadiável e constitui um dos grandes desafios para garantir a paz, a estabilidade, o desenvolvimento econômico e social da humanidade.

Essa refundação aponta também para a democratização do sistema da ONU, conformado em 1945 depois da Segunda Guerra, composto por seis órgãos principais: Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico Social, Secretaria, Corte Internacional de Justiça e o Conselho de Administração Fiduciária.

“Nesse sentido, defendemos uma reforma integral do Conselho de Segurança, que deve incluir países em desenvolvimento da África, da América Latina, Caribe e Ásia”, agregou a chanceler e deu ênfase à importância de que os Direitios Humanos não sejam utilizados por alguns poderes como pretextos para também justificar ações intervencionistas.

“É inadiável que o Sistema das Nações Unidas realize ações para a governança dos poderes mundiais de fato que, à margem das normas e do direito internacional, arremetem contra os governos que expressam a vontade de seus povos”, sublinhou.

Solidariedade

Em sua intervenção, a chanceler Delcy Rodríguez também manifestou a mensagem de solidariedade da Venezuela, de seu povo e de seu governo em favor da causa palestina, cujo povo enfrenta a ilegal ocupação do Estado de Israel.

“Não haverá paz no Oriente Médio se Israel persiste em negar os direitos humanos do povo palestino, incluindo o direito à autodeterminação”.

Finalmente, a chanceler venezuelana, em nome do povo da Venezuela, saudou o retorno das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba “como único caminho para superar e resolver as diferenças entre os Estados”, e defendeu o levantamento do bloqueio econômico e financeiro que o governo norte-americano mantém contra o povo cubano.

Agência Venezuelana de Notícias

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